O governo Bolsonaro já tem seu novo ministro da Educação: é Carlos Alberto Decotelli da Silva, oficial reformado da Marinha, bacharel em Economia pela UERJ, mestre em administração pela FGV e doutor em administração financeira pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina. Decotelli presidiu o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) entre fevereiro e agosto de 2019, sob a gestão de Abraham Weintraub no MEC. Segundo o jornal Valor Econômico, Decotelli é visto como “indicação da ala militar” do governo.

 “O perfil do novo ministro demonstra, explicitamente, o viés que pouco a pouco vai prevalecendo no Ministério da Educação.  É um viés economicista e militar para conduzir um bem social,  um direito conquistado. Certamente, distante do projeto de educação que defendemos,  será mais um a desestruturar a educação superior pública”, declarou ao Informativo Adusp o professor Antonio Gonçalves, presidente do Andes-Sindicato Nacional.

Na avaliação da colunista Carla Araújo, do UOL, o novo ministro é alinhado com Bolsonaro, “fiel aos conceitos de guerra cultural”, mas não ligado diretamente aos seguidores de Olavo de Carvalho (ao contrário de seu antecessor Weintraub), e será o responsável por fazer “a conexão da academia” com a gestão do MEC.  

Decotelli, por sua vez, procurou demarcar com os ministros que lhe precederam no MEC, conforme o portal G1: “A minha formação é na área de gestão e finanças. Eu sou um gestor de finanças e administração. O presidente falou: aplique a ciência, aplique a integração, para podermos entregar a melhor política pública para a educação no Brasil. Não tenho competência para fazer adequação ideológica”.

Ainda segundo o Valor Econômico, Decotelli coordenou atividades na Escola de Guerra Naval e participou ativamente do planejamento de governo, durante o período de transição. O jornal o definiu ainda como “financista”. O novo ministro é próximo de Paulo Guedes, ministro da Economia: juntos, criaram o curso “MBA Finanças” no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). Além disso, Decotelli dá aulas na Fundação Dom Cabral, conhecida por oferecer MBAs e lecionar para militares.

De acordo com o colunista Guilherme Amado, da revista Época, quando esteve à frente do FNDE Decotelli deu aval a uma licitação de R$ 3 bilhões com irregularidades, suspensa após alerta da Controladoria-Geral da União (CGU): “Uma escola em MG receberia 118 notebooks por aluno”, exemplificou o jornalista.

EXPRESSO ADUSP


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