A atual política da Reitoria de contratação de professores — com o congelamento de contratações por concurso público e autorização apenas para contratações temporárias — tem atingido diferentes unidades da USP, como noticiado no Informativo Adusp 416. Na Faculdade de Medicina (FM), os cursos de Terapia Ocupacional e Fonoaudiologia são os mais gravemente atingidos por esta política e vivem uma situação preocupante.
“Cada um desses cursos contava, até 2015, com 15 docentes no desenvolvimento de atividades de pesquisa, extensão e ensino — de graduação, pós-graduação e residência multiprofissional. É importante ressaltar que o número de professores previsto para cada uma das áreas, quando da constituição de seu corpo docente, era de 32. Desde o ano passado houve a aposentadoria de dois professores do curso de Fonoaudiologia e de outros dois do curso de Terapia Ocupacional. Há ainda a previsão de que mais dois professores se aposentem até o final deste ano”, informa a professora Raquel Casarotto, chefe do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da FM.
A proposta da Reitoria é de que as seis vagas em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP) sejam preenchidas por docentes de 12 horas em contrato temporário. A substituição assim realizada não garantirá nem mesmo que as disciplinas de graduação que eram ministradas por professores aposentados sejam oferecidas — já que esses professores eram responsáveis por mais que 12 horas em disciplinas na graduação.
O que dizer das atividades de ensino de pós-graduação, pesquisa e extensão que eram desenvolvidas? Some-se a isso a dificuldade de que profissionais com formação adequada se interessem por essas vagas, dado o caráter temporário da contratação e o aviltante salário oferecido.
Informativo nº 418