Estudo ainda está na primeira fase, diz Superintendência do Espaço Físico. Em 2022 serão destinados R$ 100 milhões às primeiras obras e adaptações

A USP destinou uma verba de R$ 100 milhões do seu orçamento deste ano para dar início às obras e adaptações necessárias para obter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) em todas as edificações da universidade. A previsão é de que será necessário um investimento de R$ 1 bilhão nos próximos anos para que a situação seja regularizada em todos os campi.
 
No dia 21/2, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior se reuniu na sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-SP) com o titular da pasta, general João Camilo Pires de Campos, para tratar do tema.
 
De acordo com nota publicada pelo Jornal da USP, Carlotti afirmou que “o objetivo do encontro foi o de qualificar e acelerar as obras necessárias para estarmos em conformidade com as normas de segurança nos nossos prédios”.
 
No dia 23/2, equipes técnicas da Superintendência do Espaço Físico (SEF) e do Corpo de Bombeiros tiveram uma reunião de trabalho para avaliar a situação dos edifícios dos campi.
 
Ainda em março, o Informativo Adusp encaminhou à SEF por e-mail questionamentos sobre detalhes dos projetos. Entre outros temas, a reportagem perguntou qual é a situação atual das edificações da USP em relação ao AVCB e quantos prédios o possuem; quais são os principais tipos de obras e adaptações necessárias para que se obtenha o AVCB; e se haverá algum acompanhamento dessas obras por parte do Corpo dos Bombeiros.
 
Nesta segunda-feira (25/4), o superintendente da SEF, professor Miguel Antonio Buzzar, encaminhou mensagem ao Informativo Adusp na qual afirma que o projeto ainda está em fase de estudo e, sem a sua conclusão, “não há a possibilidade de delinearmos considerações substantivas sobre a situação do conjunto das edificações”.
 
De acordo com Buzzar, o estudo — que indicará, “dentre outras questões, as estratégias e etapas de intervenções” — deve estar concluído até o meio do ano.
 
O superintendente diz que “um projeto inédito de análise das condições de segurança, prevenção e combate a incêndio de suas edificações” foi iniciado pela SEF em 2021. O ineditismo reside no fato de que se trata de “um estudo coordenado, visando o conjunto das edificações dos campi, e não edifícios isolados ou de uma ou outra unidade específica”.
 
“Como estratégia de estudo, em uma primeira fase, avaliou-se começar por um câmpus e o escolhido foi o da Capital”, prossegue, assinalando ainda que uma das ações adotadas foi a de “estabelecer interlocução com o Corpo de Bombeiros, que foi iniciada recentemente”.

“Se as normas fossem levadas à risca”, muitos prédios teriam que ser fechados, disse ex-vice-reitor

Reportagem publicada em março de 2019 pelo Jornal do Campus, produzido pela(o)s aluna(o)s do curso de Jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, atestava que na Cidade Universitária “o único prédio com fins acadêmicos que possui o AVCB é o Instituto de Energia e Ambiente (IEE)”, enquanto “todas as outras 36 unidades jamais o possuíram”.
 
Alguns “edifícios não acadêmicos” já haviam obtido o documento, diz a reportagem, entre eles “a Arena Santander, o Banco Itaú e o Centro de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia do HCFMUSP”.
 
Na última reunião do Conselho Universitário (Co) do ano passado, que marcou a despedida da gestão V.Agopyan-A.C.Hernandes, o então vice-reitor Hernandes falou sobre as verbas destinadas às obras para obtenção do AVCB e afirmou que “uma série de prédios [da USP] teriam que ser fechados” se as normas “fossem levadas à risca”.
 
Hernandes disse que “foi feito um trabalho pela SEF junto ao Corpo de Bombeiros para tornar todos os prédios possíveis de serem utilizados”. O ex-vice-reitor explicou ainda que a centralização e o regramento dos projetos cabem à SEF, mas a sua execução ficará a cargo das unidades.
 

EXPRESSO ADUSP


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