Ribeirão Preto foi palco de duas atividades educacionais no dia 24/6: à tarde, um debate sobre o tema “Ensino à Distância”; à noite, uma mesa redonda intitulada “Plano Municipal de Educação (PME) de Ribeirão Preto: o direito à Educação na cidade”. O debate foi promovido pela Adusp local e a mesa redonda fez parte do II Encontro de Educação da FFCLRP (23 a 26/6).

Ambas contaram com a presença do professor César Minto, primeiro vice-presidente da Adusp, que na primeira expôs argumentos pedagógicos e políticos em defesa da formação inicial presencial, questionando qualquer tentativa oficial de implantação de cursos virtuais para tal formação, sobretudo de professores; e na segunda apresentou uma análise da proposta de PME consolidada na I Conferência Municipal de Educação daquela cidade, ocorrida em maio.

Ensino à Distância

O debate teve como objetivo o levantamento de argumentos político-pedagógicos para subsidiar a discussão sobre a adequação ou não do Ensino à Distância para a formação inicial e, portanto, também sobre a conveniência ou não da adoção de políticas públicas para tal formação, como é o caso da Universidade Virtual do Estado de São Paulo-Univesp (vide Informativo Adusp 246 e 262 e Revista Adusp 41). Um dos argumentos enfatizados, foi o de que o Ensino à Distância não é adequado para propiciar formação inicial de boa qualidade. Contudo, os participantes ponderaram a necessidade urgente de ampliar e aprofundar a discussão sobre essa importante questão.

Plano Municipal

Esta mesa-redonda contou também com a participação dos professores da USP José Marcelino de Rezende Pinto, diretor da Adusp e presidente do Conselho Municipal de Educação, e José Norberto Callegari Lopes, secretário municipal de Educação.

Os participantes da mesa foram unânimes em considerar desejável e oportuna a metodologia adotada na construção do PME de Ribeirão Preto: 1. discussões nas escolas sobre a educação no município, com levantamento de propostas para o PME; 2. plenárias regionais para debate e apresentação de propostas; e 3. Conferência Municipal de Educação, com o objetivo de referendar o documento final a ser encaminhado pelo Prefeito à Câmara de Vereadores.

Em síntese, o documento que resultou da Conferência ocorrida em maio é bem estruturado, apresentando um histórico do município e da sua educação, bem como um diagnóstico dos níveis e modalidades de ensino, desde a educação infantil até a educação superior, sem esquecer-se da educação de jovens e adultos (EJA), da educação especial, da educação do campo, da formação e valorização dos profissionais em educação, do financiamento e da gestão, da avaliação — cobrindo o amplo leque de temas essenciais que devem ser considerados numa peça de planejamento educacional.

Tanto a metodologia democrática adotada como os conteúdos do documento em questão (diagnósticos, objetivos e propostas), guardadas as respectivas especificidades, servem de exemplo para as outras áreas sociais em Ribeirão Preto e, eventualmente, para outros municípios. Espera-se que o Executivo encaminhe para a Câmara de Vereadores, na íntegra, o projeto de PME construído pela sociedade ribeirãopretana.

 

Matéria publicada no Informativo n° 263

EXPRESSO ADUSP


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