Trabalhadoras e trabalhadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) poderão entrar em greve no próximo dia 10 de julho, caso até lá o governo estadual, controlador dessa empresa pública, não se disponha a melhorar os índices de reajuste salarial e de correção de benefícios que constam de sua última contraproposta à pauta de reivindicações da categoria, que se encontra mobilizada, em assembleia permanente.

Na assembleia de campanha de data-base realizada no dia 20 de junho, foi rejeitada a contraproposta de aumento de 1% nos salários mais aumento de 1,66% no vale-alimentação ou aumento de 2,66% nos salários — considerada “absurda” pelo Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia de São Paulo (SINTPq), que representa a categoria — e aprovado estado de greve.

De acordo com o SINTPq, a assembleia foi tumultuada pela presença de dois diretores do IPT, considerada constrangedora e indevida, uma vez que se trata de uma ingerência que pode intimidar a participação da categoria, inibindo a liberdade dos trabalhadores e trabalhadoras de se reunirem com seu sindicato e se manifestarem livremente.

Como o IPT, que é vinculado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, não tem se mostrado disposto a negociar, o departamento jurídico do SINTPq iria notificar o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para solicitar uma mediação com o instituto a fim de que ele atenda à categoria.

Desde o governo Doria-Garcia (PSDB) o IPT vem passando por um intenso processo de privatização, que inclui a concessão de parte de seus imóveis e do espaço de seu câmpus para grandes corporações privadas, como a Faculdade Inteli-IBTCC (pertencente ao BTG Pactual) e a Google. A generosidade com que o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos)-Felício Ramuth (PDS) e a direção do IPT acolhem os interesses do capital privado não é encontrada, porém, na relação que mantêm com a força de trabalho do instituto.

Após recuo da Amazul, trabalhadores(as) suspendem greve e negociação avança

Também representados pelo SINTPq, trabalhadores e trabalhadoras da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A. (Amazul), empresa estatal mantida pela Marinha de Guerra (Ministério da Defesa), estão em campanha salarial e preparavam-se para entrar em greve nesta quarta-feira, 3 de julho, quando a direção da empresa decidiu melhorar sua proposta inicial, que previa um reajuste salarial (e do valor da cesta-alimentação) de 3,10%, inferior à inflação do período.

Depois que a categoria promoveu uma animada concentração em frente à sede da empresa, no Butantã, no último dia 27 de junho, e que foi realizada no mesmo dia uma audiência de mediação no TRT, a Amazul apresentou uma nova proposta, com os seguintes itens: reajuste de 3,54%, com possibilidade de mais 5% em 90 dias; reajuste da cesta alimentação de 10%; “cláusula de paz” para que o sindicato suspendesse o indicativo de greve, a fim de que as negociações prosseguissem; Acordo Coletivo de Trabalho por um ano (e não bianual como a proposta original).

O SINTPq concordou em parte, desde que a empresa aceitasse entrar com dissidio coletivo em comum acordo, sem necessidade da greve. No dia 28 de junho, a Amazul concordou e recebeu prazo de 15 dias para apresentar nova contraproposta. Caso isso não aconteça, o sindicato poderá ajuizar dissídio coletivo no TRT. O indicativo de greve foi suspenso.

Embora a estatal tenha apresentado uma proposta melhor que a inicial, o índice de reajuste salarial oferecido continua abaixo da inflação. “A Amazul, estatal que atua na defesa do Brasil com produção do submarino nuclear, se orgulha da sua soberania, mas nega direitos básicos aos seus funcionários”, protesta o SINTPq no seu site.

EXPRESSO ADUSP


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