Eleições para o Sindicato Nacional em 16 e 17/5
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Professor Paulo Rizzo

O professor Paulo Rizzo, candidato a presidente do Andes-SN nas eleições de 16 e 17/5, acredita que a próxima gestão da entidade enfrentará um período “muito difícil, sobretudo para as universidades públicas e para os professores”, diante da iminência de reformas que certamente agravarão os problemas que já afetam negativamente o ensino no Brasil e o trabalho docente.

“A conjuntura não será fácil, seja internamente à universidade, seja nacionalmente”, declara o professor Rizzo, que é docente da Universidade Federal de Santa Catarina e candidato pela Chapa 1, Andes Autônoma e Democrática. Atual 1º vice-presidente nacional do Andes-SN, ele concedeu entrevista ao Informativo Adusp durante sua passagem por São Paulo, em 9/5, quando visitou a Adusp.

Uma das prioridades do Andes-SN será combater a precarização cada vez maior do trabalho docente, algo do qual a USP não está livre. “Nas federais, cerca  de 30% dos professores têm contrato precário”, afirma o professor. Nas IES estaduais, diz, há situações diferentes em cada unidade da federação, ao passo que nas instituições privadas a precarização é cada vez maior.

Freqüentemente, denuncia o candidato à presidência do Andes-SN, docentes das IES privadas são demitidos simplesmente por participarem do movimento sindical. Embora posteriormente consigam a reintegração ao cargo por decisão judicial, enquanto aguardam, os professores perseguidos amargam o desemprego e sobrevivem a duras penas. Uma das propostas da Chapa 1 é fortalecer instrumentos de apoio aos dirigentes sindicais de IES privadas, como o fundo de solidariedade, o qual fornece recursos para os demitidos e deve ser regulamentado no próximo Conad.

Eleições para o CR serão realizadas nas mesmas datas

As eleições para o Conselho de Representantes (CR) da Adusp vão ocorrer junto com as do Andes, em 16 e 17/5. Urnas estarão abertas na maioria das unidades e na sede da Adusp (9 horas às 21 horas). Serão escolhidos representantes docentes de 33 unidades de ensino e pesquisa da USP, além de suplentes para cinco outras.

O prazo para inscrição dos candidatos do CR encerra-se em 15/5, às 18h, na sede da Adusp (Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, Térreo, Prédio Antigo da Reitoria, São Paulo). O edital da eleição está disponível em nosso site.

 

“Ao mesmo tempo, temos que enfrentar os processos de privatização da universidade, que acentuam a contratação precária”, destaca. Nesse contexto, adverte ele, “a produção de conhecimento vem sendo substituída por uma indiscriminada venda de serviços, principalmente através das fundações ditas de apoio”.

Paralelismo

Segundo as diretrizes aprovadas no Congresso do Andes-SN, as ações antiprivatização devem concentrar-se inicialmente em dois pontos: 1) combate aos cursos pagos, que são inconstitucionais, embora haja pareceres jurídicos que mencionem o contrário; 2) combate aos “cargos duplos”, isto é, ao exercício simultâneo de cargos nas universidades e nas fundações “de apoio”, conforme estabelecido pelos estatutos destas entidades privadas, o que gera conflito de interesses.

No entender do professor Rizzo, o projeto de Reforma Universitária favorece a privatização ao limitar a autonomia da universidade pública, além de não garantir seu financiamento integral por parte do Estado. Outro indício de legitimação dos processos privatizantes seria a Lei de Inovação Tecnológica.

Além disso, aponta o docente, já há consenso entre as elites do país a respeito da realização de uma nova Reforma da Previdência, sem falar numa provável Reforma Trabalhista, as quais retirariam direitos, tornando os trabalhadores, inclusive docentes, ainda mais vulneráveis à precarização. Isso, ressalta, num momento em que os trabalhadores ainda não formaram um pólo de resistência forte a essas mudanças.

Em meio a tantas notícias desfavoráveis, o professor Riz­zo diz que há uma boa nova: “a vontade de lutar e a confiança na categoria”, a qual ele conclama a participar do pleito e a continuar na luta depois dele. Embora o fato de haver só uma chapa na disputa possa tornar a eleição monótona, o que está em jogo, pondera ele, é o apoio ao Sindicato Nacional, e não à atual diretoria ou à Chapa 1. Segundo o professor Rizzo, a eleição pode expressar o respaldo da categoria nas lutas que se anunciam.

Integram a Chapa 1 duas associadas da Adusp: a atual 1ª tesoureira da entidade, professora Lighia B. H. Matsushigue (Instituto de Física), que concorre ao cargo de 2ª vice-presidente da Regional São Paulo; e a 2ª secretária, professora Raquel A. Casarotto (Faculdade de Medicina), candidata a 2ª secretária da mesma Regional.

Como a Chapa 2 (Educação e Revolução) não foi homologada pela Comissão Eleitoral Central do Andes-SN (CEC) por não se apresentar completa, a Chapa 1 concorrerá sozinha.

 

Matéria publicada no Informativo nº 213

EXPRESSO ADUSP


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