Escola Nacional Florestan Fernandes precisa de apoio

Pioneiro nos estudos sobre o negro no Brasil, mestre da sociologia morreu há 15 anos

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Florestan Fernandes, à esquerda, no Paraguai

Em 1995 falecia, aos 75 anos, Florestan Fernandes, vítima de negligência médica. Florestan foi um intelectual engajado nas lutas populares e que combinou a brilhante carreira de pesquisador acadêmico — responsável por contribuições originais nos estudos sobre a presença do negro na sociedade brasileira e sobre a revolução burguesa — com diferentes frentes de atividade política. Foram marcantes, nesse sentido, tanto a sua luta em defesa da escola pública e gratuita como sua trajetória de deputado federal constituinte por São Paulo, onde se destacou na bancada do PT, ao lado de nomes como Lula, Olívio Dutra, Plínio de Arruda Sampaio (hoje no PSOL) e outros.

Nada mais sugestivo, para evocar a memória de Florestan, do que a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), fundada em 2005 pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) com a finalidade de formar quadros para os movimentos sociais (Revista Adusp 36, 2006, p. 15). Sediada em Guararema (SP), a ENFF oferece formação em diferentes níveis e áreas do conhecimento. Em cinco anos, a escola formou milhares de trabalhadores e quadros de diversos movimentos sociais do Brasil, da América Latina e da África.

O 1º tesoureiro do Andes-SN, Hélvio Mariano, que participou de uma visita à ENFF em julho, ficou impressionado com a estrutura da escola. “O local é muito bonito e possui capacidade para atender, ao mesmo tempo, uma grande quantidade de trabalhadores do campo e da cidade. Outro ponto que chama a atenção é a biblioteca, com mais de 40 mil títulos. Muitas faculdades não têm essa quantidade de livros”, declarou o professor à repórter Najla Passos, do Andes-SN.

Os professores são voluntários, e a escola conta ainda com a cooperação dos próprios alunos para mantê-la. Mesmo assim, faltam recursos financeiros para que a ENFF continue funcionando. No 55º Conad, realizado em Fortaleza de 24 a 27/6, o Andes- SN aprovou uma moção de apoio à ENFF. “Seria muito frustrante ver tudo aquilo acabar por falta de apoio dos sindicatos e dos trabalhadores”, afirma Hélvio.

Quem quiser ajudar a manter viva a ENFF pode associar-se diretamente à Associação de Amigos da Escola Florestan Fernandes, criada em 2009. Para saber mais, procure a secretária executiva Magali Godoi nos telefones (11) 3105-0918, 9572-0185 e 6517-4780 e no e-mail associacao@amigosenff.org.br. A página eletrônica é www.amigosenff.org.br.

 

Informativo nº 311

EXPRESSO ADUSP


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