Na última reunião do Conselho Gestor do Campus de Ribeirão Preto, o coordenador, professor José Moacir Marin, trouxe para discussão um assunto que sempre o preocupou: a segurança no campus. Nas últimas semanas, um surto de furtos de veículos possibilitou ao coordenador, e à comissão ad hoc que trata de segurança no campus, o momento para reafirmar que seria conveniente reforçar a presença de Polícia Militar na área.

O coordenador admitiu, na ocasião, que a falta de segurança no campus tem como causa principal a terceirização do sistema de vigilância, já que as empresas de segurança não cumprem adequadamente os contratos. Ademais, destacou a fragilidade da Guarda Universitária, em decorrência da terceirização, já que o contingente é pequeno e controla apenas a entrada e a saída de veículos. Na visão do professor Marin, em um campus que não é totalmente cercado e que possui grande circulação de pessoas, seria conveniente que a PM fizesse um número maior de rondas por dia.

Segundo ele, a PM há muito tempo vem solicitando uma área no limite do terreno pertencente à USP para a construção de um espaço físico capaz de receber um batalhão. Esta base da PM teria seu portão voltado para a Avenida Lucas Nogueira Garcez, sem qualquer entrada direta para o campus. Contudo, o Informativo Adusp constatou que a área solicitada é próxima ao novo restaurante (RU) e não é cercada.

Problemas

“Os problemas de segurança que afetam o campus de Ribeirão Preto são os mesmos que afetam os demais campi e as respectivas cidades, com mais roubos e furtos de veículos e a pessoas. Têm sido cobradas da Coordenadoria providências, em função dos recentes acontecimentos envolvendo a segurança do campus. Por meio de mensagens no ‘Fale Conosco’, diversos alunos, docentes e funcionários têm solicitado um policiamento mais intenso”, declarou o professor Marin ao Informativo Adusp.

O professor Marin relatou que já havia submetido à Reitoria, no início da atual gestão, a solicitação da PM, porém recebera uma negativa peremptória, atribuída à repercussão negativa da invasão do campus do Butantã em junho de 2009. Por isso, o coordenador está solicitando o apoio das congregações do campus à sua proposta. As congregações deverão tomar posição “quanto à instalação ou não de uma base da PM nas imediações da USP, com a finalidade de agilizar e melhorar os atendimentos das ocorrências”. Caso aprovada pela maioria das congregações, “a matéria deverá ser objeto de pauta do Conselho Gestor” em 4/5.

Outra solução

A reportagem indagou ao coordenador do campus se a ampliação do contingente da Guarda Universitária, e o fim da terceirização, não seriam soluções mais adequadas para os problemas de segurança do campus do que a instalação de uma base da PM. “A ampliação do contingente já foi solicitada em função da expansão do campus. No entanto, esclarecemos que os agentes da Guarda Universitária são guardas patrimoniais, não são armados e não têm poder de polícia. Apenas a PM pode exercer o papel de polícia”. Quanto ao fim da terceirização, segundo o professor Marin não há como afirmar “se sua extinção aumentaria ou diminuiria o número de ocorrências de furtos e assaltos”.

O professor Gustavo Assed Ferreira, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto e membro do Conselho Gestor, declarou ao Informativo Adusp que a falta de segurança no campus é real, mas vê com reservas a proposta do professor Marin: “O campus, notadamente no período da noite, é perigoso e o número de ocorrências se acumula. Por outro lado, ao franquear parcialmente a segurança do campus à PM, mais uma vez a USP deixa de discutir o problema principal no caso, que é a terceirização”.

Ademais, prossegue o professor Ferreira, que também integra o Conselho de Representantes da Adusp, “permitir a presença da PM, com um batalhão inteiro, localizado em uma área com forte presença de alunos, como é o caso do RU, pode ser um convite ao confronto em determinados momentos de livre exercício do direito de reunião”.

No dia 11/4, ocorrerá uma reunião do Conselhinho Regional da Adusp em Ribeirão Preto, com a participação da APG Ribeirão Preto e do Sintusp, para tratar da proposta de instalação da PM no campus.

 

Informativo n° 323

EXPRESSO ADUSP


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