Incidente reafirma necessidade urgente de democratização da USP. Queremos votar para reitor, já!

No dia 22/8, às 14 horas, a diretoria da Adusp e membros de seu Conselho de Representantes (CR) dirigiram-se à Reitoria da USP, para discutir com o reitor J. G. Rodas a convocação do Conselho Universitário (Co) e a inclusão em pauta da proposta da Adusp de modificação do Estatuto quanto ao processo de indicação de reitor: consulta paritária, com inclusão na lista tríplice, a ser elaborada pelo atual “Coleginho”, do(a) indicado(a) na consulta. Os representantes da Adusp não conseguiram, porém, sequer entrar no prédio, barrados que foram pela segurança. Ademais, um dos seguranças fotografou a comitiva!

 

Quais os antecedentes dessa situação inusitada, acintosa? No dia 4/7/13, Adusp, APG e DCE protocolaram pedido de convocação do Co para a terceira semana de agosto, “para discutir e deliberar sobre propostas de alteração do Estatuto da USP no que se refere ao processo de eleição para reitor”. No mesmo ofício, registrávamos o protocolo, em 2/7/13, da proposta de consulta paritária, mencionada acima. A intenção era de que as eventuais mudanças no Estatuto entrem em vigor já no processo reitoral deste ano.  

Como não houve resposta da Reitoria ao ofício de 4/7, em 15/8 solicitamos reunião com o reitor no dia 22/8, para discussão da matéria. No dia 20/8 recebemos a resposta da Reitoria ao pedido de audiência, a qual não fazia menção da nossa solicitação de audiência em 22/8, reafirmava a intenção de convocar o Co para 1º de outubro, e reiterava proposta da Reitoria de uma Semana de Debates acerca de propostas para indicação de dirigentes. Cumpre lembrar que tal semana coincide com a “Semana da Pátria”, ou seja, certamente  a mais propícia para um debate amplo acerca desta questão… 

Barrados na porta.

Diante deste quadro, a diretoria e o CR da Adusp entenderam que era o caso de se dirigir à Reitoria da USP com o intuito de obter uma interlocução direta com o reitor sobre data e pauta do Co.

A Reitoria da USP tem sede, atualmente, no Antigo Prédio, agora reformado. Não é exagero dizer que lembra um bunker. Fomos recebidos na porta do tapume que envolve o edifício pela segurança — que nos comunicou que reitor, chefe de gabinete, bem como a secretária do gabinete, estavam fora da Reitoria. Fomos informados de que a secretária voltaria em pouco tempo, quando poderia tratar do assunto. Ao mesmo tempo não nos foi permitido entrar no pátio, no saguão, nas dependências — enfim, na Reitoria. Com a demora, exigimos esperar na ante-sala do gabinete do reitor. O segurança esclareceu que não poderia permitir a nossa entrada. 

Após a chegada da secretária do gabinete, nos foi informado, para nossa surpresa, que só entra na Reitoria da USP quem tiver permissão ou agendamento prévio. Dada a ausência do reitor, da chefia de gabinete, de agendamento prévio e da nossa insistência em esperar para falar com o reitor, ouvi­mos: “Então vão esperar aqui fora”. A indignação com esta situação inaceitável aumentou quando os professores presentes perceberam que estavam sendo fotografados pela segurança da Reitoria. 

Este desrespeito, fruto da militarização imposta ao campus pela atual gestão da Reitoria, merece registro e repúdio: desde quando membros do corpo da USP podem ser impedidos de entrar em prédio da universidade? Democracia, pois sim!!!

Reunião em 28/8.

A situação só tomou rumos um pouco mais toleráveis depois que a diretoria da Adusp entrou em contato direto com o chefe de gabinete do reitor, registrando nossa indignação ante o desrespeito que a Reitoria dispensava a um conjunto de professores da USP. Permanecemos na porta. Dezenas de minutos depois, a secretária do gabinete voltou à porta com uma mensagem do chefe de gabinete, propondo uma reunião para 28/8, às 10 horas, que eventualmente será com J. G. Rodas. A presença do reitor ficou de ser confirmada até segunda- feira, 26/8. 

Fica mais uma vez clara a necessidade urgente de transformar, drasticamente, as relações sociais no interior da universidade. É hora e tempo de retirar o poder das mãos dessa oligarquia que controla a USP apoiando-se no entulho autoritário herdado da Ditadura Militar, origem do Estatuto e do regi­men­to disciplinar que hoje vigo­ram. É hora e tempo de transferir o poder ao corpo da universidade, viabilizando e poten­cia­li­zan­do a participação plena de pro­fes­sores, estudantes e funcionários.

Informativo nº 368

 

EXPRESSO ADUSP


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