José Roberto Cardoso, 64 anos, professor titular e atual diretor da Escola Politécnica

Informativo Adusp. Por que e quando decidiu pela candidatura como reitor?

CARDOSO. Durante minha carreira na USP tive a oportunidade de ocupar todos os cargo seletivos da estrutura universitária, tais como: Comissões Permanentes  (CG, CPG, CCEx e CPq), Chefia de Departamento,Vice-Diretor e Diretor da Escola Politécnica da USP. Fui presidente da CPG da escola, que congrega 11 programas de pós-graduação. No ensino ministramos disciplinado ciclo básico e fomos responsáveis por várias reestruturações em nosso curso. Na pós-graduação orientamos 39 estudantes em Mestrado e Doutorado e participamos da Comissão de Avaliação dos Programas de Pós-Graduação da CAPES. Na pesquisa criamos o LMAG (Lab. de Eletromagnetismo Apicado), que adquiriu visibilidade internacional em sua área de pesquisa. Sou pesquisador 1B do CNPq,com mais meia centena de artigos publicados em periódicos Qualis A. Na extensão estimulamos o desenvolvimento de vários projetos de responsabilidade social envolvendo a comunidade próxima e instituições do terceiro setor. Com esta bagagem sinto-me, com tranquilidade, preparado para este desafio.

Informativo Adusp. Qual nome é previsto para ser o seu vice? 

CARDOSO. O momento ainda não é adequado para indicação do vice. Serão necessárias várias consultas para se chegar a um nome que compactue com nossas ideias.

Informativo Adusp.  O que dizer sobre o quadro de disputa até o momento? 

CARDOSO. São pessoas valorosas e com um portfólio enorme de dedicação à USP. No entanto, nossa proposta quando apresentada à comunidade, fará a diferença, pois propomos uma universidade moderna, com estudantes formados não apenas para ocupar um posto de trabalho qualificado, mas também para criar oportunidades para si mesmo e para o próximo, dentro da postura ética e da responsabilidade social que se exige de um estudante desta universidade.

Informativo Adusp. Quais serão seus principais eixos de proposta durante a campanha?Algo significativamente diferente da atual gestão? Algo que responda a alguma crítica pontual à atual gestão? 

CARDOSO. Os principais eixos estão centrados no planejamento. Não se pode pretender que uma universidade que abriga mais de 100mil pessoas, seja conduzida através das opiniões de alguns poucos privilegiados. A comunidade será acionada para assumir decisões de seu destino,sem pressões e com independência, mas sob uma liderança segura. O tripé da extensão, ensino e pesquisa precisa ser equilibrado para evitar distorções que já podem ser observadas. A administração, para se tornar tão ágil quanto possível, precisará ter mapeados seus procedimentos. O ensino de graduação terá prioridade. Em particular, será incentivado o uso das novas tecnologias em larga escala, não só para aliviar a pesada presença em sala de aula de aluno e professor, mas, também para garantir a qualidade no processo ensino/aprendizagem.

Informativo Adusp. Qual a sua avaliação da atual gestão? Ao seu ver, já é possível fazer algum balanço?

CARDOSO. Sem dúvida é possível fazer um balanço da gestão que neste momento ingressa no seu último semestre. Quanto ao tripé de sustentação universitário observa-se forte desequilíbrio a favor da pesquisa, que recebeu volumosos recursos para seus projetos, o mesmo não ocorreu com a extensão e o ensino.

Conseguimos um bom equilíbrio nas relações de trabalho e nas relações acadêmicas, precisamos lutar para que permaneçam. A transparência nestas relações será a via que comprometerá nossa comunidade na busca da cultura da paz e na melhoria da qualidade de vida de nossa comunidade.

Vários projetos foram lançados, não só em infraestrutura, a um nível nunca visto nesta universidade, mas também em programas conceituais. Não tomaremos atitudes que quebrem esta continuidade, mas de qualquer forma alguns projetos serão revistos, para se adequarem à proposta que estamos preparando. 

Informativo Adusp. O que achou, por exemplo, das mudanças no Inclusp? 

CARDOSO. A primeira versão do Inclusp, estabelecido na gestão anterior, se baseou em estudos e simulações muito bem conduzidas pela comissão de planejamento da época. Os estudos elaborados qualificaram a proposta como avançada e foi aceita pela comunidade sem reparos. Os resultados obtidos foram sensíveis e ainda não se publicou uma real avaliação daquela proposta original.

Recentemente, alterações foram feitas para acomodar pressões oriundas, na sua origem, de ações do governo federal. Tais correções, desta vez, careceram de um estudo mais aprofundado, de modo que não podemos garantir que as metas propostas serão ou não atendidas. Vamos estudar em detalhes esta nova proposta para verificar sua adequação e, se for ocaso, propor correções de rumo.

Informativo Adusp. Qual é sua opinião sobre a emenda ao Estatuto da USP apresentada por Adusp, DCE e APG à Reitoria, solicitando ao Co a incorporação da consulta direta e paritária de reitor ao documento? 

CARDOSO.  A opinião sobre a forma de escolha dos dirigentes por um candidato não é adequada, quando a agenda eleitoral está no ar. Ficará contaminada por seus interesses. Esta pauta foi colocada no momento inoportuno, de modo que desviará a atenção dos grandes temas que temos a discutir na Universidade. A hora certa para isso é o inicio do mandato, mais precisamente nos primeiros cem dias, como deveria ter sido feito. Tenho várias ideias, que não convém expressá-las, embora tenha assinado a petição para sua discussão no plenário do Conselho Universitário.

 

EXPRESSO ADUSP


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