Foto: Daniel Garcia

Na sessão da assembleia geral permanente da Adusp realizada em 15/7, no auditório da Faculdade de Educação, a greve dos docentes foi mantida por ampla maioria, com apenas quatro abstenções e nenhum voto em contrário. Como vinha ocorrendo a cada nova sessão, os professores compareceram em número expressivo, preenchendo o auditório no período de férias.

As unidades trouxeram principalmente, além do informe de continuidade da greve, o levantamento de que até o momento é significante em várias unidades a decisão de não entrega das notas enquanto prossegue a greve. No Instituto de Matemática e Estatística (IME), na Escola Superior Luis de Queirós (Esalq), na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), no Instituto de Psicologia (IP) e na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na maioria dos cursos não houve o registro de notas no sistema Júpiter.

Outras unidades ainda estão fazendo o levantamento. Foi ressaltado, porém, que apesar de o período de lançamento das notas ter-se encerrado oficialmente no dia 14/7, o sistema ainda permanece aberto para as secretarias. Por isso, os números ainda podem variar.

Corte de terceirizados

Também foi levantada a questão do corte, anunciado pela Reitoria, de funcionários terceirizados, responsáveis por parte do serviço de limpeza e segurança das unidades. No IP, que possui um prédio para atendimento clínico, os cortes estão afetando as atividades e um levantamento detalhado das consequências está sendo elaborado. No campus de Pirassununga, “a situação dos terceirizados é terrível, houve uma redução muito grande, a situação vai ficar insustentável”, relatou o professor Andrés Vercik, representante da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) e diretor da Adusp.

O professor César Minto, coordenador do Fórum das Seis, lembrou que o tema integra a pauta de negociação com o Cruesp, mas que é muito difícil conseguir informações precisas, dada a diversidade de contratos da USP com as empresas de terceirização de força de trabalho.

A assembleia setorial do Instituto de Física (IF) elaborou um relatório sobre os cortes nas bolsas de auxílio estudantil e propôs que o assunto seja também incorporado como pauta das negociações. “Esses cortes representam a precarização das atividades dos docentes e a exclusão dos estudan­tes das atividades acadêmicas”, concluiu Ivã Gurgel, que trouxe o informe da unidade para a assembleia.

O professor Ciro Correia, presidente da Adusp, informou que em 11/7 a entidade protocolou ofício no Serviço de Informações ao Cidadão da USP, com base na chamada Lei da Transparência (lei federal 12.527, de 18/11/11), por meio do qual solicita que a Reitoria forneça as seguintes informações relacionadas ao Orçamento: a) estimativa de arrecadação dos “Recursos Próprios” da USP para 2014, com discriminação de cada uma das fontes (aluguéis, rendimentos financeiros, prestação de serviços, fundos especiais, convênios etc.); b) que obras foram suspensas, quais os órgãos decisórios e justificativas apresentadas; c) a que título se referem os valores de 2013 relativos a “restos a pagar do ano anterior e credores” (R$ 417 milhões); d) a que obras se refere o item “Obras em andamento” (R$ 192 milhões) e qual o plano de execução financeira correspondente; e) qual a previsão e alocação dos valores de “Reserva de Ajuste” de 2013 e 2014.

Moção contra prisões

Por sugestão da assembleia setorial da FFLCH, a assembleia geral aprovou moção de repúdio às prisões arbitrárias realizadas no Rio de Janeiro, com o seguinte teor: “Os professores da USP reunidos em 15/7/2014, na sessão da assembleia geral permanente da Adusp, repudiam as inaceitáveis prisões políticas realizadas no Rio de Janeiro em 12/7 e exigem a libertação imediata de todas as pessoas presas, destacando o caso da nossa colega, professora Camila Jourdan, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ)”.

A assembleia também elegeu delegado e observadoras da Adusp ao 59º Conselho Nacional do Andes-SN (Conad), respectivamente os professores Francisco Miraglia (IME), Lighia B. Horodynski Matsushigue (IF) e Rosângela Sarteschi (FFLCH).

 

Cruesp continua intransigente, e ausência de Zago se repete

Na reunião entre o Cruesp e o Fórum das Seis realizada em 16/7, o Cruesp não negociou sequer itens da Pauta Unificada 2014 que dispensam recursos financeiros, como é o caso da revogação das punições e a participação dos estudantes na gestão das políticas de permanência estudantil por meio de órgãos paritários e deliberativos. A retórica de abertura e democracia alegada pelos reitores na reunião não se sustenta face à sua prática recorrente. Registro especial merece a ausência, uma vez mais, do reitor da USP, agora em viagem! Leia reportagem completa sobre a reunião.

 

Informativo nº 385

EXPRESSO ADUSP


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