Conforme agendado no dia 23/7 com o chefe de gabinete, professor José  Drugowich, ocorreu às 9h30 do dia 30/7 a reunião solicitada pela diretoria da Adusp, para tratar, com a Reitoria da USP, de padrões de diálogo político, dada a seriedade do momento, o agravamento das tensões e a falta de interlocução compatível com o esperado em um ambiente universitário.

O reitor Marco Antonio Zago, o vice-reitor Vahan Agopyan, o secretário-geral Inácio Poveda, e o superintendente de Assistência Social (SAS), Waldyr Jorge, receberam a delegação da Adusp, composta pelos professores Ciro Correia, Francisco Miraglia e Marco Brinati.

Os representantes da Adusp enfatizaram as preocupações com as atitudes da Reitoria desde a posse, que consideram antagônicas aos compromissos assumidos durante a campanha para reitor, de diálogo e do devido encaminhamento no âmbito das instâncias da universidade dos procedi­mentos para a sua democra­tiza­ção. Em relação ao momento imediato, ressaltaram a importância de se construirem perspectivas de distensão e nego­ciação dos conflitos decorrentes do impasse nas negociações de data-base. Tal impasse foi agravado pelas iniciativas recentes da Reitoria de recorrer a medidas judiciais para lidar com piquetes e de orientar corte de ponto para os que, legitimamente, exercem o direito de greve. 

Franqueza

De outra parte, os representantes da administração criticaram comporta­mentos que, no seu enten­di­mento, visam antes atacar a pessoa do reitor do que contribuir para que haja progresso na credibilidade recíproca, que propicie entendimentos quanto às pautas em disputa; no entanto, não explicitaram a quem atribuir tais comportamentos.

Foi possível tratar com franqueza muitas das pendências no que concerne a demandas encaminhadas pela Adusp à Reitoria e que permanecem sem resposta. Além disso, os representantes da Adusp registraram a grande indignação gerada em parcela significativa dos docentes pelas declarações públicas do reitor sobre temas essenciais para a universidade, sem a devida e prévia discussão interna. Adicionalmente, ponderou-se sobre a necessidade de que o reitor se disponha à negociação de data-base, que compreenda a necessidade do aumento dos recursos destinados pelo estado para o financiamento da universidade e que não atropele iniciativas propostas pela própria Reitoria, como a agenda da Comissão Assessora Especial (Caeco), ao tomar medidas ou ao se manifestar sobre questões cujas discussões ainda estão em pleno curso — como, por exemplo, a avaliação, a permanência ou não da CERT, as características da carreira, as atividades docentes. 

Da sua parte, o reitor salientou as dificuldades criadas pelo aumento do percentual destinado à folha de pagamento dos funcionários durante a gestão anterior, reafirmando que não há possibili­dade de reajuste face aos per­cen­tuais de comprometimento com salários nas três universidades. O reitor insistiu em que tanto ele quanto o vice-reitor (pró-reitores na gestão anterior) não tinham conhecimento do elevado comprometimento do repasse com a folha de pagamento, nem dos numerosos pagamentos já agendados para o ano de 2014.

Atropelos

Zago alegou a existência de embaraços que não lhe permitiram dar início efetivo à sua gestão, imediatamente após a posse, diante de atropelos do processo eleitoral, o qual não teria sido sucedido por uma fase de transi­ção que permitisse acesso prévio a informações administrativas e financeiras.

Reafirmou sua posição quanto a ser necessário retomar a normalidade para que se possa abrir qualquer processo efetivo de discussão ou negociação. O reitor argumentou também que, por considerar o assunto de extrema relevância, criou o GT Atividade Docente, cujas conclusões serão encaminhadas posteriormente à Caeco.

Quanto à EACH, externou sua convicção de que a Reitoria está fazendo o que é necessário e tecnicamente correto. Frisou seu entendimento de que a prioridade é retomar as atividades no campus, que considera oferecer condições de segurança em razão das medidas tomadas ou em andamento.

Ao término da reunião, ficou aberta a possibilidade de outra conversa se demandada por qualquer das partes, sem que, no entanto, tenha havido qualquer compromisso ou entendimento de como encaminhar as divergências e impasses postos.

Informativo nº 386

EXPRESSO ADUSP


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