Os 100 dias da greve são comemorados às portas do Cruesp, em nova reunião de negociação

Fotos: Daniel Garcia

 
Após meses sem uma reunião de negociação entre o Cruesp e o Fórum das Seis sobre o reajuste salarial, no 98º dia de greve ela ocorreu na sede do Cruesp, na Rua Itapeva. Para pressionar os reitores, um ato de professores, funcionários e estudantes das três universidades estaduais paulistas se concentrou no vão do Masp a partir das 13h e às 15h rumou para o local da reunião, marcada para às 16h. Cantava-se: "100 dias sem salário, 100 dias sem dinheiro, 100 dias sem sossego, 100 dias sem arrego! Fora Zago!".

"Nós queremos que a população jovem de São Paulo possa ter acesso a uma universidade pública de qualidade, que possa realmente contribuir para que o país melhore", explicou o professor da USP Marcos Magalhães. "Por isso hoje vamos a uma reunião de negociação com o Conselho de Reitores. Nós já estivemos na Assembleia Legislativa pedindo mais verbas para a educação pública do Estado de São Paulo, nós já fomos ao governador Alckmin pleitear mais verbas. Tem que ficar claro para a população que é este governo que não permite que a educação seja prioridade!".
 
"Não era necessário ficar cem dias em greve para que uma reunião, que se espera de negociação, de fato ocorra", lembrou César Minto, coordenador do Fórum das Seis e diretor da Adusp, fazendo uma retrospectiva das reuniões passadas. Isso é o que nós esperamos hoje e vamos cobrar o descaso de só marcar uma reunião efetiva de negociação em 3/9 e um cronograma para que toda a nossa pauta unificada seja discutida e negociada".
 

Projeto de desmanche

 
A aprovação do Plano de Incentivo a Demissão Voluntária (PIDV) no Co de 2/9 e a desvinculação do Hospital de Anomalias Craniofaciais de Bauru (HRAC ou "Centrinho") em 26/8 também foram denunciados pelos presentes, que vêem no pacote de medidas da Reitoria um projeto de desmanche da Universidade pública. "Para poder avançar nesse processo de privatização da Universidade, a Reitoria e o Governo estão atacando aqueles que são seus únicos opositores, que são os estudantes, trabalhadores e professores em luta", afirmou Marcelo Pablito, do Sintusp.
 
A estudante Vanessa Couto, do DCE-Livre da USP, lembrou das pautas estudantis: "Não podemos esquecer do ataque do Reitor ao caráter público da nossa Universidade. Nós temos que defender a permanência estudantil, o acesso, as cotas: essas coisas vão mudar o caráter da Universidade, mas não elitizando e privatizando ainda mais. Precisamos defender que a Universidade seja cada vez mais pública".
 
"Queremos ver nossa pauta toda negociada! Tem permanência estudantil, tem a questão dos funcionários, tem a questão de sermos contra a expansão irresponsável das Universidades sem recurso desse governo", afirmou o professor Milton Vieira do Prado Jr., da Adunesp. "A Unesp sofreu a maior expansão e não teve recurso definitivo para o seu financiamento. Essa é a denúncia que tem de ser feita e agora não adianta falar que são os trabalhadores e seus salários que levam ao comprometimento das Universidades!".
 
 
 
 
 

EXPRESSO ADUSP


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