Vitória: Conselho Universitário da USP aprova abono de 28,6% para funcionários e docentes

Foto: Daniel Garcia

Diante do IPEN, docentes e funcionários comemoram anúncio da conquista do abono
 
Em reunião realizada em 16/9 nas dependências do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), o Conselho Universitário (Co) da USP, após longa discussão, aprovou a concessão de abono de 28,6% para funcionários técnico-administrativos e para docentes, acatando, assim, proposta feita pelo Fórum das Seis ao Cruesp, originada no Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região (TRT-2) durante o processo de dissídio que a Reitoria abriu contra o Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp).
 
Finalmente prevaleceu o bom senso no Co, que derrubou por 64 votos a 33, com duas abstenções, o parecer contrário à concessão do abono apresentado na ocasião pela Comissão de Orçamento e Patrimônio (COP).

 
No início da reunião, a COP apresentou o documento, que prevê impacto financeiro da concessão do abono nas contas da USP da ordem de R$ 85,8 milhões, e recomenda aos membros do Co que não a aprovem. Porém, muitos diretores de unidades pronunciaram-se em seguida em defesa da concessão do abono, que tanto a Unesp como a Unicamp já concederam para as respectivas categorias.

Ato diante do IPEN

Professores, funcionários e estudantes compareceram a um ato realizado diante do IPEN para pressionar os membros do Co a votarem favoravelmente ao abono. Inicialmente os manifestantes encontram os portões do IPEN fechados e guardados por uma base móvel da Polícia Militar. O acesso estava controlado pela segurança e só alguns conseguiam entrar.
 
Os presentes lembravam que vários diretores de unidade vinham criticando a realização de piquetes, durante a greve, com base no direito de ir e vir, mas que naquele momento esse direito estava sendo cerceado pela própria Reitoria. Mesmo contra as ordens da PM, os manifestantes abriram o portão e entraram no Instituto. Cantava-se: “Vota Co/mas vota com atenção!/Se não tiver abono/a greve não acaba, não!”.
 
“A luta está longe de se encerrar agora e nós precisamos manter a organização que conseguimos nesta greve para manter uma atuação conjunta em relação ás pautas da greve e não permitir que propostas como o Plano de Incentivo à Demissão Voluntária [PIDV], desvinculação dos hospitais, confisco de verbas das unidades, permaneçam”, disse Ciro Correia, presidente da Adusp.

Estatuinte soberana

“Nós temos que lutar pela transparência nesta universidade, pela democracia, uma luta para que a gente tenha nos nossos estatutos e regimentos a possibilidade de propor e deliberar, o impedimento dos dirigentes, quando esses dirigentes têm uma conduta como a do atual reitor: absolutamente incompatível com a responsabilidade do cargo que ele ocupa”, acrescentou Ciro. “E para isso nós precisamos nos unir para construir uma Estatuinte livre, democrática, exclusiva e soberana para que essa universidade se livre desse rescaldo ditatorial que permanece”.
 
Por volta das 17 horas, Marcelo Pablito, diretor do Sintusp, deu informe aos participantes do ato sobre a alegação da COP de que a eventual concessão do abono exigiria novas “medidas compensatórias” por parte da instituição: “É o mesmo discurso que o [reitor M.A.] Zago fez de que era necessário aprovar o PIDV e a desvinculação do HRAC e do HU. O que a COP está falando é uma chantagem que a Reitoria quer fazer com os trabalhadores! O que eles não dizem é que as contas da universidade continuam fechadas, continuam lacradas como uma caixa preta”.
 
A próxima reunião de conciliação entre Sintusp e Reitoria no TRT-2 foi agendada para 17/9, às 16 horas; nessa mesma data ocorrerá audiência pública na Comissão de Educação e Cultura da Alesp, às 14h30, com a prometida presença do reitor da USP. Reunião entre o Fórum das Seis e o Cruesp está agendada para 18/9, às 16 horas, na sede do Cruesp, na rua Itapeva, 26.
 
 

EXPRESSO ADUSP


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