No país todo, multidões voltam às ruas em defesa da educação e da ciência e contra a criminosa reforma da Previdência

“Ô Bolsonaro, presta atenção/eu quero mais, eu quero mais/eu quero mais educação”. O grito/palavra de ordem de um grupo de jovens na manifestação desta terça-feira 13/8 na capital paulista é até comedido frente ao verdadeiro desmanche que o governo federal vem promovendo nessa área. A mais recente agressão foi a retirada de R$ 348 milhões que seriam empregados na compra de livros didáticos para o ensino fundamental, em contraponto à liberação de mais de R$ 2 bilhões para emendas de intereresse dos deputados federais que votaram a favor da PEC 06/2019, a “reforma da Previdência”.

As universidades federais sofrem com um bloqueio de cerca de R$ 7 bilhões do orçamento que lhes era destinado, e algumas talvez tenham de suspender suas atividades nos próximos meses. Por outro lado, o governo Bolsonaro vem nomeando reitores sem respeitar os resultados das eleições realizadas por essas instituições de ensino superior. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) designou uma “assessora” para espionar a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Outro ponto de pauta fundamental da agenda antiBolsonaro, no campo da educação, é o programa “Future-se”, que vem sendo apropriadamente apelidado de “Fature-se”, por seu viés ostensivamente privatista. O projeto do ministro Abraham Weintraub vem sendo amplamente rejeitado pelo movimento sindical dos trabalhadores do ensino superior, pelos próprios reitores e reitoras e pelo movimento estudantil, à frente a União Nacional dos Estudantes (UNE).

Por extensão, a ciência é outro alvo de Bolsonaro. A demissão do diretor do Instituto Nacional de Ciências Espaciais (INPE), Ricardo Galvão, que é professor do Instituto de Física da USP, e sua substituição por um militar da Aeronáutica foi o último lance, num cenário de enormes cortes nas verbas da Capes e do CNPq, agências federais de financiamento das pesquisas científicas.

A resistência e a necessidade de derrotar tais medidas voltaram a levar multidões às ruas em todas as capitais e centros urbanos importantes – no caso do Estado de São Paulo, apesar do frio que retornou desde as primeiras horas do dia. Na capital paulista, o entorno do MASP foi ocupado por dezenas de milhares de pessoas. Em Brasília, a manifestação contra o governo contou com a Primeira Marcha das Mulheres Indígenas, com duas mil participantes. 

São Carlos

 

Brasília (foto: Evaristo Sá/Getty Images)

 

Crato

 

Florianópolis

 

Maceió

 

Salvador

 

EXPRESSO ADUSP


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