A nova diretoria da Adusp, presidida pelo professor Rodrigo Ricupero, tomou posse em 29/6 no auditório da História, para um mandato em vigor até julho de 2019. A mesa do evento também foi composta pelo professor César Minto, presidente da gestão que comandou a Adusp até este mês, e pelos representantes de entidades: João Chaves, do Fórum das Seis, Luís de Andrade, da Adunesp, Paulo Centoducatte, da Adunicamp, José Vitório Zago, do Andes, Denise Rykala, do Sinteps, Magno de Carvalho, do Sintusp, e Mateus, da Apeoesp.

 
"Este é um momento de grande alegria e de muita satisfação, pois renova-se a diretoria da Adusp assim como acabamos de renovar parte do nosso Conselho de Representantes. Nós sabemos que esta dupla renovação revigora a entidade, assim como também a sua responsabilidade frente às muitas lutas que ela continuará a realizar", disse o professor César Minto em sua fala de abertura.
 
Em seu discurso, César relembrou a atuação da Adusp contra os ataques aos direitos sociais, em âmbito nacional e internamente à universidade, "face à crescente tentativa de apropriação da estrutura do estado republicano por interesses particulares de setores sociais que se beneficiam do excludente modelo econômico vigente no país". "Temos dado destaque constante ao quadro preocupante que tem se desenhado no que se refere às nossas instituições públicas de ensino superior sob constante ameaça, tanto pela falta de financiamento adequado por parte do Estado, quanto pela introdução de mecanismos de privatização interna", declarou o professor.
 
César também fez duras críticas à gestão do reitor M. A. Zago, que, cada vez mais, "sente-se no direito de tratar qualquer reivindicação da comunidade universitária por meio do recurso à repressão". O professor citou ataques como a Nova CPA e o Estatuto do Docente,  a falta de políticas de permanência e acesso estudantil, além do crescente desmonte da USP por meio dos arrochos salariais e da precarização dos hospitais universitários, das creches e da Escola de Aplicação.
 
Ao tomar posse como presidente da nova diretoria da Adusp, Rodrigo Ricupero discursou sobre o momento difícil pelo qual passa o país, criticando as reformas trabalhista e previdenciária do presidente Michel Temer. "Vivemos sob um ataque neoliberal ao mínimo de Estado que o povo brasileiro conseguiu construir. Ainda que não possamos falar de um Estado de bem-estar social brasileiro, hoje os grandes interesses econômicos querem destruir o pouco que temos, como previdência, leis trabalhistas, educação, saúde, universidade pública", disse Ricupero, "Neste sentido é preciso ter claro: a defesa da universidade pública é parte da luta em defesa do Estado, defesa de um Estado comprometido com a maioria da população e em especial com os setores historicamente mais explorados."
 
Rodrigo Ricupero também fez críticas ao governo de São Paulo, que colabora com a crise de financiamento das universidades públicas ao preferir manter as isenções fiscais e perdoar dívidas de grandes empresas. Voltando-se à situação particular da USP, Ricupero responsabilizou Zago pelo maior ataque à universidade em toda sua história, realizado não só através do arrocho salarial e do desmantelamento de órgãos universitários. "A Reitoria, com a implementação de uma nova avaliação dos docentes, procura criar mecanismos para dividi-los em duas categorias: um pequeno grupo de pesquisadores e uma imensa parcela de professores encarregados apenas do ensino, excluídos da pesquisa. Trata-se de um ataque às próprias bases de excelência da USP, um ataque sem precedentes à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, à dedicação exclusiva e ao caráter público da universidade", afirmou o professor.
 
Entretanto, apesar da situação adversa, o novo presidente da Adusp tem confiança de que a resistência à destruição das universidades será vitoriosa: "No plano das universidades paulistas, tenho a convicção que os ataques não ficarão sem resposta. Tenho certeza  que, mais uma vez, aqueles que querem destruir a universidade pública sairão derrotados".
 

EXPRESSO ADUSP


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