O Andes-Sindicato Nacional realizou no Rio de Janeiro seu 32º Congresso Nacional, entre os dias 4 e 9/3, no campus da UFRJ. O evento contou com mais de 500 participantes, dos quais cerca de 350 delegados, os demais corres­pon­den­do a observadores e convidados eleitos pelas seções sindicais de todo o país. O Informativo Adusp pediu a alguns delegados da Adusp uma opinião sobre o Congresso.

“Nossa avaliação é muito positiva. A delegação da nossa seção sindical, a Adusp, contou com 12 dele­ga­dos, o que permitiu que tivés­se­mos um delegado em cada um dos 12 grupos mistos que debatem toda a pauta antes das plenárias que tomam as deliberações finais do evento”, afirmou o professor Ciro Correia, do Instituto de Geociências.

Ele destacou que cinco novas seções sindicais foram homologadas, o que indica ampliação e fortalecimento do Andes-SN. “Havia um clima de renovação, diante da presença de número significativo de delegados e observadores que dele participavam pela primeira vez, na sua maioria ligados ao setor das universidades federais, diante da mobilização alcançada por conta da greve do setor em 2012”.

Avanços

Ainda segundo Ciro, o evento avançou na avaliação de questões fundamentais para a categoria, “como as ações na defesa do caráter público e gratuito da educação, da defesa da carreira, do direito à previdência e aposentadoria integral, da explicitação do caráter privatizante do projeto do go­verno para o Código Nacional de Ciên­cia e Tecnologia, da necessidade de ampliação da luta contra a privatização dos hospitais universitários via a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), e as ações para de fato conquistar o investimento de 10% do PIB para a educação”.

O professor Caio Gracco Pinheiro Dias, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, é outro que avalia positivamente o Congresso. “Foi mi­nha primeira participação no Con­gresso e, por isso, foi uma opor­tu­ni­da­de de conhecer não só as cor­ren­tes políticas lá representadas, como também a metodologia de trabalho. É nesse último ponto que identifico um problema: a extensão e o número das propostas de resolução acabam por dificultar, quando não in­via­bi­lizar, uma discussão mais pro­dutiva, especialmente das propostas que, pela agenda do Congresso, ficam para as últimas plenárias, quan­do o cansaço dos dele­ga­dos começa a ficar evidente”.

Caio considerou “extremamente positivo que o tema da luta contra a homofobia e pela igualdade de direitos para LGBT tenha sido encampado pelo Andes”.

Preocupações

Sem discordar das avaliações positivas dos colegas Ciro e Caio, o professor César Minto, da Faculdade de Educação, manifesta algumas críticas e preocupações. Ele acredita que a suspensão dos trabalhos na tarde do segundo dia, para a realização de ato público no centro do Rio de Janeiro, foi contraproducente, dando-se “em detrimento da manutenção de tarefas organizativas já programadas”, as quais na sua visão “melhor municiariam os participantes para a continuidade das lutas do Sindicato Nacional”.

César pondera que a criação da Comissão da Verdade do Andes-SN, nos moldes aprovados, dá a entender que ela própria irá “investigar fatos ocorridos na Ditadura Militar contra docentes univer­sitários entre 1964 e 1985”, ao invés de lutar para que as instituições onde trabalham assumam essa tarefa, como seria mais correto.

Ainda segundo o professor, a recusa do Andes-SN a participar de espaços como a Conferência Nacional de Educação (Conae-2014) e as confe­rên­cias municipais, regionais e esta­duais que a antecedem “é incom­preensível, pois ignora o potencial das nossas propostas e a força dos nossos argumentos”, e paralisante, porque “a ausência da nossa intervenção organizada deixa os que delas participam mais expostos a propostas que, potencialmente, podem só interessar aos governantes, prestando-se à reprodução do status quo”.

 

Informativo nº 360

EXPRESSO ADUSP


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