Por Gabriel, por justiça

Sr. Ministro
Luiz Alberto Gurgel de Faria

 

Sensibilizada com o drama a que tem sido submetido o jovem trabalhador Gabriel Scarcelli, encarcerado desde 21 de junho último em razão de prisão preventiva decretada por decorrência de inquérito e processo no mínimo preocupantes, a Diretoria da Associação dos Docentes da USP (Adusp) vem dirigir-se a V. Excia. para trazer breves considerações.

Não é cabível que agentes públicos, sejam eles delegados da Polícia Federal, da Polícia Civil ou magistrados, ajam em desrespeito à legislação vigente no país, independentemente de quais sejam os motivos.

Não é tolerável que um jovem pai de família seja arrancado do convívio dos seus, antes mesmo que a denúncia contra ele seja recebida, antes mesmo de ser submetido ao crivo do devido processo legal.

Não é razoável que alguém, sem quaisquer antecedentes criminais, que trabalha há seis anos no mesmo estabelecimento, com carteira assinada e residência fixa, seja preso sem justificativa e levado do local de trabalho por paisanos não identificados, em operação semiclandestina à qual não faltaram ameaças às testemunhas.

Sr. Ministro,

O que esta entidade deseja é que se faça justiça por Gabriel, pois saltam aos olhos as ilegalidades e perseguições de que tem sido vítima. Os muitos que, na Universidade de São Paulo, acompanham atentamente este caso, aguardam com enorme expectativa que o STJ se pronuncie, reparando tão clamorosa iniquidade.

 

Atenciosamente,

César Minto
Presidente da Adusp

 

São Paulo, 18 de setembro de 2015

Diretoria da Adusp

EXPRESSO ADUSP


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