Conjuntura Política
Movimentos por igualdade racial e luta por impeachment confluíram no #20NforaBolsonaroRacista
A campanha nacional #ForaBolsonaro e os movimentos sociais que lutam contra o racismo convergiram e confluíram para atos públicos unificados no último sábado (20/11), Dia da Consciência Negra. A síntese dessa unificação foi a palavra de ordem “Fora Bolsonaro racista!”. Na Avenida Paulista como em uma centena de outros pontos do país, a indignação provocada pelos atos racistas e discriminatórios de Jair Bolsonaro e do seu governo transbordou em vigorosas manifestações de protesto contra o genocídio da juventude negra — e de reafirmação de que “vidas negras importam”.
Em Brasília, no Rio de Janeiro, em Fortaleza e em diversas outras capitais e cidades importantes a repulsa ao governo Bolsonaro-Mourão mais uma vez tomou corpo em ruas e praças, agora com ênfase na luta contra o racismo e o genocídio. Em Belo Horizonte, por exemplo, lia-se numa das faixas: “Mulheres negras vão derrubar Bolsonaro”. Em Porto Alegre, os manifestantes homenagearam João Alberto Silveira Freitas, homem negro assassinado há um ano por seguranças de um supermercado da rede Carrefour, que o espancaram e asfixiaram.
Em Vitória, um grupo de jovens empreendeu a 14ª edição da “Marcha Contra o Extermínio da Juventude Negra do Espírito Santo”, segundo informou o portal G1. “Não há mediação com quem nos mata”, dizia uma faixa estendida por um grupo diante do Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, onde foi encerrada a manifestação na capital paulista.
Os protestos incluíram outras pautas cruciais da atualidade brasileira, como a questão da pandemia de Covid-19 (sem esquecer que a maior parte das 612 mil pessoas mortas pela doença eram pretas e pobres), a luta contra a fome, a defesa da Petrobrás, a demarcação das terras indígenas etc. Embora esse aspecto seja raramente lembrado, os criminosos ataques do governo Bolsonaro aos povos indígenas, que quase lhe valeram uma acusação de genocídio pela CPI da Pandemia, também são uma expressão do racismo da extrema-direita ora no poder.
O Andes-Sindicato Nacional participou do #20NforaBolsonaroRacista em Brasília e conclamou suas seções sindicais a tomarem parte nos atos. Em meio à luta contra a PEC 32 (reforma administrativa) em tramitação no Congresso Nacional, que ataca os serviços públicos, entidades representativas vêm denunciando o caráter racista de propostas que retiram direitos da população. Se a pobreza tem cor no Brasil, o ataque aos serviços públicos afetará principalmente o povo negro.
Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!
Mais Lidas
- No apagar da gestão Carlotti Jr.-Nascimento Arruda, “reitoráveis” se movimentam em busca de apoios; Comissão Eleitoral está designada, mas ainda não definiu calendário
- Carlotti Jr. convoca Co extraordinário para votar em 6/8 proposta de mudança em concursos docentes; em nota, Diretoria da Adusp critica pressa e pede mais prazo para discussão do tema
- Secretário da Educação é ex-diretor e acionista de empresa que tem contratos com o Estado; em livro, Renato Feder já defendeu privatização total dos serviços públicos
- Investigação da Receita Federal conclui que a Fundação Faculdade de Medicina remunera dirigentes, e aponta fraude tributária; entidade perde condição de “filantrópica” e recorre
- Política afirmativa em vigor nos concursos da USP é “ineficaz” e precisa ser urgentemente reformulada, propõe Coletivo de Docentes Negras e Negros