Campanha #ForaBolsonaro realizou sexta mobilização nacional em 2/10, com atos em mais de 300 cidades
Aspecto da manifestação no vão do MASP

A sexta mobilização nacional contra o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) reuniu no último sábado (2/10) mais de 700 mil pessoas em atos realizados em 304 cidades do Brasil e em outros 18 países, de acordo com a organização da Campanha #ForaBolsonaro, que reúne as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais e populares e partidos políticos.

Adusp

Avenida Paulista

Paulo Pinto/Fotos Públicas

Avenida Paulista

Mídia Ninja

Avenida Paulista

Carlos Ferraz

Porto Alegre

Divulgação

Rio de Janeiro

“Toda essa movimentação demonstra que a luta, o desejo, a vontade pelo #ForaBolsonaro continua presente, cada vez mais, em amplos setores da sociedade. Este 2 de outubro demonstrou que, para além da luta pelo impeachment já do presidente, há uma crescente indignação do povo brasileiro com relação ao desemprego e ao aumento da fome e da miséria”, diz nota divulgada pela organização.

Em São Paulo, a manifestação ocorreu à tarde na Avenida Paulista. Lideranças de diferentes partidos discursaram defendendo o impeachment de Bolsonaro. Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL ao governo do Estado de São Paulo, afirmou no ato que “as diferenças que nós temos hoje são menores do que a nossa união para tirar o genocida”. Em entrevista à imprensa, Boulos ressaltou que a presença de diversos partidos nas manifestações, incluindo aqueles “que não são do nosso campo” (como o PSDB, que participou do ato), é importante porque para a aprovação do impeachment no Congresso Nacional será necessário contar com votos de muitas bancadas.

Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e candidato do PT à Presidência da República em 2018, defendeu que “este governo precisa acabar antes da eleição [de 2022], porque o povo não aguenta mais”. “Estamos aqui porque o povo quer comer e o Bolsonaro não deixa. Estamos aqui porque o povo quer estudar e o Bolsonaro não deixa. Estamos aqui porque o povo quer trabalhar e o governo Bolsonaro não deixa”, discursou. A jornalistas, Haddad disse que a oposição ao governo é “suprapartidária” e representa “uma causa maior, que é a luta pela justiça e pela democracia”.

Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à Presidência da República em 2022, disse em entrevista após seu discurso que Bolsonaro “é uma serpente venenosa que está simplesmente na tocaia, esperando uma oportunidade de dar o bote contra a democracia brasileira”. “Ele já tentou uma vez, fracassou, mas está procurando acumular forças, e só tem uma força capaz de inibir um golpe militar no Brasil:é o povo organizado na rua”, afirmou.

No Recife, uma advogada de 28 anos foi atropelada por um motorista que furou o bloqueio no trânsito feito pelos manifestantes. A advogada sofreu fraturas e traumatismo craniano e segue internada. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil abriu inquérito por tentativa de homicídio contra Luciano Matias Soares, o motorista do carro.

Andes-SN reforça necessidade de luta contra a PEC 32

Além da defesa do impeachment de Bolsonaro, as manifestações focaram em temas como o desemprego, a crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19 — que se aproxima da trágica marca de 600 mil mortes no Brasil —, a fome e os aumentos nos preços de itens básicos para a sobrevivência, especialmente alimentação, gás de cozinha, energia elétrica e combustíveis.

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) exortou as seções sindicais a participarem dos atos reforçando também a luta contra a aprovação da PEC 32/2020, a “reforma administrativa”, por meio da qual o governo federal quer desestruturar o serviço público e cassar direitos da(o)s servidores. O substitutivo foi aprovado em Comissão Especial em setembro, após manobras do governo, e o texto pode ser votado na Câmara dos Deputados.

“Estamos em uma crescente de lutas e mobilizações. É importante pressionar as e os parlamentares para que Bolsonaro seja punido pelos crimes cometidos e que a gente possa derrotar de vez esse governo e todas as pautas que atacam os direitos das e dos trabalhadores”, enfatizou a professora Rivânia Moura, presidenta do Andes-SN.

A Adusp novamente esteve presente nos atos em São Paulo e nas cidades com campi da USP no interior. Na capital, a representação da entidade uniu-se a integrantes de outros sindicatos docentes em frente ao Conjunto Nacional, no final da Avenida Paulista.

EXPRESSO ADUSP


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