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Docentes manifestam indignação

Audiência com reitora em 5/6
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Acima e abaixo, imagens da audiência com a Reitoria. |
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Acima, Comissão da Assembléia encontra-se na entrada da Reitoria pouco antes da audiência. |
Os professores da USP, em greve a partir de 5/6, entregaram na última sexta-feira uma declaração aprovada na Assembléia de 4/6 à Reitora Suely Vilela. O principal objetivo da reunião era reiterar a indignação do corpo docente diante da presença da PM no campus e reivindicar que o Cruesp reabra as negociações com o Fórum das Seis.
A reunião foi realizada em resposta a uma solicitação feita pela Assembléia da Adusp de 26/5 e não tinha caráter de negociação. Das 10h15 ao meio-dia, uma delegação de vinte e quatro professores dialogou com a professora Suely Vilela e com o vice-reitor, professor Franco Lajolo, sobre as questões apresentadas na declaração. Foi enfatizada a indignação provocada pela reiterada presença de policiais fortemente armados no campus.
Kimi Tomizaki, professora da FE, participou da reunião: “Foi uma boa oportunidade para a gente demonstrar como essa situação [presença da PM] é grave”. Segundo ela, os professores apontaram a grande possibilidade de produção de situações de perigo por conta de a PM e suas armas estarem no interior da universidade.
Entre membros da Diretoria da Adusp e participantes da última Assembléia, a delegação de professores deparou-se não só com a PM à porta da reitoria, mas também com fileiras de vigias no interior do prédio. É o que relata o professor Adrián Pablo Fanjul (FFLCH), que destaca que essa não lhe pareceu uma boa recepção. “O principal motivo de estarmos ali era a presença da PM. Professores de diferentes unidades fizeram relatos sobre a presença da PM em vários lugares do campus”, detalha Fanjul, lembrando os acontecimentos no CEPEUSP e na FFLCH.
Fanjul nota que houve intervenções por parte dos professores condenando com veemência a decisão da Reitora de trazer a PM para gerir o diálogo da administração com a comunidade universitária. Diante dessas falas, relata Fanjul, Suely Vilela “não mostrou o menor constrangimento”.
“Perguntei a ela quais eram os grupos armados numerosos que precisavam ser combatidos com escopetas e ela disse que não era competência dela avaliar que tipo de arma tem que trazer a Polícia para dentro do campus”, conta o professor. Ele avalia: “Ela reconhece dessa maneira que desistiu de ter controle sobre o tipo de tropa que estaria na universidade. Desistiu de gerir a universidade como Reitora”.
O professor Fanjul tem pouca expectativa de que por parte da Reitora haja alguma mudança de postura. “Se a situação mudar, vai ser como produto de esforços da comunidade universitária”, completa.
Responsabilidade é da Reitoria
Marcos Magalhães (IME), diretor da Adusp, enfatiza: “Nós fomos transmitir, como representantes da Assembléia, a nossa indignação com relação à presença da PM e reafirmar o pedido de reabertura da negociação”. Frente a isso, para o professor, Suely Vilela tentou, no fundo, se justificar.
A avaliação de Magalhães é de que “a Reitora está se escudando na questão da reintegração de posse”, afirmando que ela teria apenas impetrado o mandado e não chamado efetivamente a PM. Otaviano Helene, presidente da Adusp, lembrou à Reitora que o próprio mandado registra os dizeres: “Defiro o pedido de auxílio de força policial”. Portanto, analisou o professor, houve o pedido e a Reitora não pode se eximir dessa responsabilidade.
Em sua fala, o vice-reitor Lajolo destacou a importância de ser pavimentada a abertura de diálogo, dando atenção ao papel da Adusp nesse sentido. Magalhães recorre à declaração da Assembléia e afirma que há disposição para o diálogo. Contudo, não há condições de haver um diálogo respeitoso “sob o manto da Tropa de Choque”, reiterou Magalhães.
Matéria publicada no Informativo nº 284
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