Nos últimos dias, os docentes da USP receberam uma série de comunicados do Cruesp comentando os fatos que decorreram da não-realização, no dia 25/5, da segunda reunião de negociação entre o Cruesp e o Fórum das Seis.

O Comunicado Cruesp nº 2, de 25/5, afirma que “as entidades que compõem o Fórum das Seis não compareceram ao local previamente agendado para a realização dessa reunião, ao mesmo tempo em que invadiram violentamente o prédio da Reitoria” (sic). Os que não compareceram invadiram! Pode?

Segundo o relato da Diretoria no Boletim Adusp de 29/5, “o Fórum foi informado”, em meio a ato público, “de que não seria permitida a entrada de Claudionor Brandão, representante do Sintusp, bem como dos representantes do Andes-Sindicato Nacional e da Fasubra (…). Ademais, o Cruesp dispôs-se a permitir a entrada de apenas um representante de cada um dos DCEs, em vez de dois estudantes por DCE, como de praxe”.

Com isso, “os manifestantes agitaram-se com (…) a intransigência do Cruesp em relação à entrada do Fórum (…) e um grupo de aproximadamente 30 pessoas iniciou a ocupação do balcão de identificação e do corredor de acesso. Os membros da coordenação que foram impedidos de entrar na Reitoria não ensejaram a ocupação, nem a acompanharam.”

Entretanto, em 1991, foi assinado um protocolo para normatizar as reuniões de negociação de data-base entre os representantes do Cruesp e os do Fórum das Seis, sendo que a representação estudantil, através dos DCEs, foi iniciada na negociação da data-base de 2005.

A arrogância do Cruesp manifesta-se também no item 4 do Comunicado Cruesp nº 3, de 3/6, que afirma: “O Cruesp permitiu (…) a participação dos representantes sindicais (…). O que não foi permitido, e não o será, é a presença em nossas reuniões de pessoas que não pertencem aos quadros funcionais de nossas instituições”.

Ora: em qualquer negociação trabalhista são as partes envolvidas que definem seus representantes. Para as entidades sindicais, podem ser tanto os dirigentes das entidades quanto eventuais assessores, economistas e/ou advogados indicados para representá-los. O Cruesp, ao colocar vetos na representação sindical, manifesta seu viés autoritário, não condizente com uma negociação trabalhista respeitosa.

No item 6 do mesmo comunicado, os reitores afirmam que “o Fórum das Seis se recusou a participar da reunião”. Além disso, a Reitora, na audiência de 5/6 (vide p. 4), teve a ousadia de nos dizer que ficou no interior do prédio da reitoria até as 20h de 25/5, aguardando os representantes do Fórum das Seis!

Isso contradiz frontalmente os fatos, pois a coordenação do Fórum e os representantes que conseguiram entrar na reitoria falaram várias vezes com o vice-reitor e o chefe de gabinete, solicitando que a reunião se realizasse. Eles só se retiraram quando foram informados por um segurança, na porta do gabinete da Reitora, de que o Cruesp não os receberia mais. Assim, que fique muito claro, o Fórum estava lá e queria negociar. Não aceitamos que os reitores continuem a distorcer os fatos!

 

Matéria publicada no Informativo nº 284

EXPRESSO ADUSP


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