Campanha Salarial 2009
Reitores distorcem os fatos
Nos últimos dias, os docentes da USP receberam uma série de comunicados do Cruesp comentando os fatos que decorreram da não-realização, no dia 25/5, da segunda reunião de negociação entre o Cruesp e o Fórum das Seis.
O Comunicado Cruesp nº 2, de 25/5, afirma que “as entidades que compõem o Fórum das Seis não compareceram ao local previamente agendado para a realização dessa reunião, ao mesmo tempo em que invadiram violentamente o prédio da Reitoria” (sic). Os que não compareceram invadiram! Pode?
Segundo o relato da Diretoria no Boletim Adusp de 29/5, “o Fórum foi informado”, em meio a ato público, “de que não seria permitida a entrada de Claudionor Brandão, representante do Sintusp, bem como dos representantes do Andes-Sindicato Nacional e da Fasubra (…). Ademais, o Cruesp dispôs-se a permitir a entrada de apenas um representante de cada um dos DCEs, em vez de dois estudantes por DCE, como de praxe”.
Com isso, “os manifestantes agitaram-se com (…) a intransigência do Cruesp em relação à entrada do Fórum (…) e um grupo de aproximadamente 30 pessoas iniciou a ocupação do balcão de identificação e do corredor de acesso. Os membros da coordenação que foram impedidos de entrar na Reitoria não ensejaram a ocupação, nem a acompanharam.”
Entretanto, em 1991, foi assinado um protocolo para normatizar as reuniões de negociação de data-base entre os representantes do Cruesp e os do Fórum das Seis, sendo que a representação estudantil, através dos DCEs, foi iniciada na negociação da data-base de 2005.
A arrogância do Cruesp manifesta-se também no item 4 do Comunicado Cruesp nº 3, de 3/6, que afirma: “O Cruesp permitiu (…) a participação dos representantes sindicais (…). O que não foi permitido, e não o será, é a presença em nossas reuniões de pessoas que não pertencem aos quadros funcionais de nossas instituições”.
Ora: em qualquer negociação trabalhista são as partes envolvidas que definem seus representantes. Para as entidades sindicais, podem ser tanto os dirigentes das entidades quanto eventuais assessores, economistas e/ou advogados indicados para representá-los. O Cruesp, ao colocar vetos na representação sindical, manifesta seu viés autoritário, não condizente com uma negociação trabalhista respeitosa.
No item 6 do mesmo comunicado, os reitores afirmam que “o Fórum das Seis se recusou a participar da reunião”. Além disso, a Reitora, na audiência de 5/6 (vide p. 4), teve a ousadia de nos dizer que ficou no interior do prédio da reitoria até as 20h de 25/5, aguardando os representantes do Fórum das Seis!
Isso contradiz frontalmente os fatos, pois a coordenação do Fórum e os representantes que conseguiram entrar na reitoria falaram várias vezes com o vice-reitor e o chefe de gabinete, solicitando que a reunião se realizasse. Eles só se retiraram quando foram informados por um segurança, na porta do gabinete da Reitora, de que o Cruesp não os receberia mais. Assim, que fique muito claro, o Fórum estava lá e queria negociar. Não aceitamos que os reitores continuem a distorcer os fatos!
Matéria publicada no Informativo nº 284
Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!
Mais Lidas
- Reitoria pretende reeditar Estatuto do Docente, para subordinar CERT à Comissão Permanente de Avaliação; instituir nova instância avaliatória do regime probatório, a “CoED”; e ampliar de 6 para 18 o repertório de perfis docentes
- Confira aqui a nova vitória da Adusp no TJ-SP contra a tese da Reitoria de “prescrição” da ação da URV, e outros andamentos recentes do caso
- A continuidade do desmonte do HU¹
- Contratada sem licitação em 2022 por R$ 309 milhões, para gerir HC de Bauru (ex-HRAC) por cinco anos, a Faepa já recebeu total de R$ 592 milhões graças a nove aditamentos
- “Fui aprovado por unanimidade, mas meu nome está sendo veiculado de forma negativa, como se eu tivesse interferido na constituição da banca”, diz prefeito do câmpus de Piracicaba, que repele acusação de favorecimento em concurso de titular