A primeira sessão da assembleia permanente da Adusp após o início da greve contou com mais professores do que a assembleia anterior. A votação também foi mais significativa: desta vez apenas quatro docentes se colocaram contra a continuidade da greve, e cinco abstenções.

A principal tarefa da assembleia era discutir o calendário de mobilização indicado pelo Fórum das Seis, que incluía a realização de atividades locais até 2/6; ato em frente à Reitoria da Unesp em 3/6 às 14 horas; a reunião do Fórum das Seis com a Comissão Técnica do Cruesp, em 30/5, para discutir emendas à LDO-2015, na sede do Cruesp; e o indicativo de um ato público, em conjunto com professores municipais e estaduais em defesa da educação pública, a ser realizado na semana de 9/6.

Os informes vindos das assembleias setoriais relataram principalmente a adesão ao movimento. Contudo, em algumas unidades houve aprovação apenas de paralisações. Na EACH, foi discutida a possibilidade de “greve ativa”, na qual os professores “vão estar na sala de aula com os alunos, discutindo os assuntos relacionados à greve”. A única unidade que decidiu não aderir à greve foi o Instituto de Geociências, que sediou a assembleia.

“A avaliação geral em todas as unidades que nós percorremos, e que bate com os informes que nós já tínhamos e que foram trazidos aqui, diante da repercussão e da participação na audiência pública de ontem (27/5), é que nesse momento o movimento está em processo de consolidação e que efetivamente existe uma sensibilidade, [mesmo] onde não há uma manifestação explícita de adesão, para a absoluta legitimidade do movimento e de suas pautas, em especial que é inaceitável não ter negociação e que é preciso passar a ter transparência nessa Universidade” afirmou o professor Ciro Correia (IGc), presidente da Adusp.

“Qual a razão que justifica você perder 7% do seu salário? Mais que isso, a Reitoria vem e fala assim: “Tivemos uma gestão faraônica e a conta agora é de vocês. Isso é para causar uma indignação monumental na Universidade!”, comentou em sua intervenção o professor Américo Kerr (IF). “Não se pode ter um faraó gestando a Universidade! Que resolve desmontar a Reitoria inteira, colocar mármore de carrara no seu gabinete, abrir postos de internacionalização pelo mundo a fora, como se internacionalização se fizesse com escritório em Nova Iorque. Não é um negócio a ciência! Temos que levar à frente a questão da democratização da Universidade!”.

Próxima etapa

O principal ponto de divergência entre os docentes presentes foi sobre a realização de um ato público na Av. Paulista. Enquanto alguns defendiam que a próxima tarefa de mobilização seria trazer mais docentes para a luta, outros achavam que era necessário sair às ruas para dar visibilidade à greve e buscar unidade com os professores municipais. A principal preocupação colocada era a somatória de bandeiras à manifestação, o que poderia tirar a visibilidade da pauta da educação.

“A gente já tem certeza de que outras agendas estão presentes. Quem esteve na Alesp ontem não fica com dúvida que a questão da Copa, do Fora Alckmin, do Haddad estão postas”, ponderou a professora Elisabete Franco (EACH). “Apesar disso, acho que a gente deve sim ir para a rua. Na Comissão de Mobilização nossa preocupação era como engrossar o caldo da greve dentro dos próprios professores, por que precisa ter gente para ir para a rua”.

“Temos que mostrar que quem está fechando a USP para a sociedade é a Reitoria”, afirmou Rodrigo Ricupero (FFLCH). “A gente precisa sair do isolamento, por que o isolamento da unidade nos enfraquece, nos dá medo. O quadro das unidades é o pior quadro para a greve, por que ali as pressões são maiores”. Marcos Magalhães (IME) seguiu a mesma linha: “Nós temos nesse momento e nessa conjuntura uma oportunidade de intervir e de fazer alguma diferença. Temos nossa bandeira e convidamos os outros movimentos que se juntem e que façamos um movimento por direitos sociais nesse país!”.

Já para Osvaldo Coggiola (FFLCH), é preciso pensar dentro e fora dos muros da Universidade: “A tarefa é fazer crescer a greve dentro da USP, primeiro. E dar visibilidade externa, segundo. As duas são complementares e se alimentam uma à outra”.

A assembleia acatou os indicativos do Fórum das Seis. Sobre o ato público, a assembleia da Adusp indicou que ele ocorra no dia 10/6 e espera a concordância das outras entidades que compõem o Fórum. Também foi deliberada a realização de um ato-debate, no auditório da História, sobre o tema “Democratização, transparência, situação financeira da USP”, em 3/6 às 9 horas. A próxima sessão da Assembleia geral permanente ficou para quarta-feira, 4/6, às 15 horas, no auditório da História.

EXPRESSO ADUSP


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