Prezados colegas, funcionários-técnico administrativos, estudantes, senhoras e senhores:

Pedimos licença em nome da Diretoria da Adusp para, antes de dar início à Aula Magna da nossa convidada,nossa ilustre colega, Professora Marilena Chauí, partilhar com todas as pessoas presentes o que segue:

Não temos dúvidas quanto à gravidade da crise que estamos vivendo e quanto à dimensão do enfrentamento assumido por todos que fazem ou apoiam a greve, diante do ataque explícito da Reitoria e do governo estadual à concepção que sempre defendemos: de implantação e desenvolvimento de uma universidade democrática, pública, gratuita, laica e de qualidade socialmente referenciada. Uma universidade que contribua na construção efetiva de um sistema público de ensino superior cada vez mais igualitário no estado de São Paulo.

Contudo, não é novidade o descompromisso da estrutura oligárquica de poder da USP com essa concepção. Mas é escandaloso o modo acelerado com o qual a administração da universidade tem se desacoplado da corpo da universidade e se sente à vontade para governar à revelia de qualquer preocupação com legitimar suas diretivas, ou sequer chancelá-las nas instâncias internas de deliberação, por mais inadequadas que sejam.

O processo que chegou a ser referido como “a rebelião dos diretores”, que conduziu ao esquema de transição nos marcos da reunião do Conselho Universitário de 1ºde outubro de 2013, supostamente para nos salvar da perspectiva de continuidade da descontrolada gestão anterior, acabou por definir um amplo espectro de apoios para uma candidatura que, como todos podem constatar, nos outorgou antes um tirano do que um reitor.

Deu-se portanto o que resulta de toda e qualquer transição conduzida à revelia de preceitos democráticos, por meio da reciclagem do autoritarismo, sempre apontando para formas mais agudas de arbítrio.

Também sabemos o quanto os setores conservadores presentes na sociedade e ―e encastelados no aparato governamental do estado ― fomentam e buscam se beneficiar dessa situação na universidade em favor de seus interesses e projetos, no que concerne à implantação e consolidação, em São Paulo e no país todo, de um modelo de ensino superior excludente e privatista.

É por isso que conclamamos a todos para que, neste momento que é crucial, engajem-se energicamente nesta luta em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade socialmente referenciada. O que isso significa e exige, neste exato momento?

Além de se inteirar das pautas do movimento, além de participar e fazer repercutir esta e tantas outras atividades programadas pela Assembleia Geral Permanente e pelo Comite de Mobilização, é preciso que todas e todos se empenhem para que em cada unidade as administrações e colegiados sejam cobrados quanto às posições que defendem quanto às ações ilegítimas e violentas da Reitoria, como no caso do inaceitável confisco dos salários decorrente dos cortes do ponto dos funcionários.

Mais ainda: é importantíssimo que todas e todos efetivamente participem e contribuam para encorpar as fileiras da nossa caminhada do próximo dia 14 de agosto, no início da tarde, seguida de ato conjunto das universidades e do Centro Paula Souza diante do Palácio dos Bandeirantes.

Essa caminhada, acreditem, pode dar a devida dimensão e visibilidade à legitimidade das nossas pautas e, assim, potencializar as forças que precisamos acumular para o embate posto. E isso é fundamental para nossa luta agora e no futuro, muito além do momento da greve em curso.

 

Muito obrigado.

 

 

 

EXPRESSO ADUSP


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