Reitor não comparece à Alesp e auditório Franco Montoro repleto entoa “Fora Zago!”

A audiência pública convocada pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa (Alesp) para 27/8 tinha como objetivo questionar o reitor da USP sobre a atual situação de crise da universidade. No entanto, dois dias antes da audiência, o reitor enviou ofício à comissão, no qual cita a realização de reuniões em 26/8 (Co), 27/8 (TRT) e 3/9 (entre Cruesp e Fórum das Seis) e propõe que "minha visita […] seja transferida para o dia 10 de setembro, ocasião em que estarão disponíveis maiores subsídios sobre a situação atual da Universidade de São Paulo".

O deputado Carlos Giannazi (PSOL) afirmou que vai entrar com representação no Ministério Público e na presidência da Alesp contra M.A. Zago por crime de responsabilidade e desobediência, tendo em vista que ele foi convocado a comparecer (e não convidado).
 
Apesar da ausência do reitor e de não haver quórum mínimo para a realização oficial da audiência, a atividade foi mantida pela presidente da Comissão, deputado Carlos Neder (PT), em caráter infor­mal, para que a comunidade universitária presente pudesse ser ouvida. Com o auditório repleto, compuseram a mesa, além dos deputados Neder e Giannazi, os professores Francisco Miraglia (Adusp), João Chaves (Adunesp), Paulo César Centoducatte (Adunicamp); Gerson Salvador, diretor do Sindicato dos Médicos; João Paulo, do Fórum Estadual de Educação; Bárbara Guimarães (DCE da USP) e Reinaldo Santos de Sousa (Sintusp).

Desmanche da USP.

Miraglia apresentou aos presentes as propostas do Fórum das Seis, já comunicadas à Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Alesp e protocoladas no Palácio dos Bandeirantes. Para ele, existem dois projetos em curso na USP: um, daqueles que defendem ensino superior público, gratuito e de qualidade; e outro, da Reitoria, que prevê o desmanche com a desvinculação dos hospitais, "demissão voluntária" (PIDV), entre outras medidas privatizantes.
 
"Ontem, em uma sessão do Co, passou uma mudança regimental desvinculando da USP o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru [HRAC], uma referência internacional", denunciou o professor.
 
A ausência do reitor causou grande agitação no público, que em todos os momentos entoava a palavra de ordem "Fora Zago!". A deputada Sarah Munhoz (PCdoB) falou em nome das enfermeiras do HU, que solicitaram sua manifestação na audiência: "Os profissionais de enfermagem, os profis­sionais de saúde, os profissionais que trabalham dentro do sistema USP, não têm culpa da incompetência administrativa do reitor Zago".
 
Uma audiência pública está marcada para debater a questão da desvinculação do HRAC e do possível destino semelhante do HU. Será no dia 4/9 às 14 horas, no auditório Franco Montoro da Alesp.
 
 

EXPRESSO ADUSP


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