Defesa da Universidade
Adusp e Centro de Estudos e Defesa da Infância publicam caderno em defesa da Creche Oeste

“Razões para exigir do reitor a imediata reativação da Creche Oeste” é o título de capa de uma publicação impressa que versa sobre as creches da Universidade de São Paulo (USP) e foi planejada e produzida em conjunto pela Associação dos Docentes (Adusp) e pelo Centro de Estudos e Defesa da Infância (CEDIn). Trata-se de um caderno colorido de 60 páginas, que os docentes filiados à Adusp receberão nos próximos dias e será lançado em evento aberto à comunidade, em data a ser fixada.
As creches da USP firmaram-se como uma referência nacional e internacional em educação infantil. Apesar disso, a Creche Oeste foi repentinamente desativada pela Reitoria em janeiro de 2017, por ordem do então reitor M.A. Zago, sem qualquer fundamentação de ordem legal ou administrativa. Na verdade, a atitude truculenta do reitor desacatou determinação do Conselho Universitário, que em novembro de 2016 aprovara “o preenchimento das vagas ociosas no limite da capacidade” das três creches da universidade, e em dezembro incluíra tal previsão no Orçamento de 2017.
O caderno recém publicado inclui nas suas matérias um inédito retrospecto das creches da USP, recupera a trajetória de desenvolvimento da Creche Oeste como “lugar de ensino, pesquisa e extensão na universidade”, envolvendo graduação e pós-graduação, e traz ricos (e não raramente, emocionantes) depoimentos das e dos protagonistas da sua construção como excepcional local de aprendizagem coletiva. Na sua maioria concisos, mas belos e contundentes, os depoimentos confirmam e atestam amplamente a capacidade da Creche Oeste de produzir conhecimento.
Batalha judicial entre APEF e Reitoria continua na gestão Vahan Agopyan
A publicação defende a ocupação daquela unidade pelo movimento que agregou funcionários das creches e famílias das crianças atendidas —a “Ocupação Creche Aberta”, iniciada no momento seguinte à desativação —como única opção realmente capaz de resistir aos desmandos da Reitoria e, assim, “impedir o fechamento do prédio e o desmonte das instalações”.
Traz, ainda, a memória da batalha judicial entre a Associação de Pais e Funcionários da Creche Oeste (APEF) e a Reitoria, iniciada na gestão M.A. Zago-Vahan Agopyan e que prossegue na gestão Vahan Agopyan-Antonio Hernandes. A APEF continua lutando “em busca pelo respeito a direitos fundamentais”, que a justiça teima em não reconhecer. Vahan mostra-se insensível, mesmo incorrendo em possível ato de improbidade administrativa ao manter fechada, por puro apego à política de estrangulamento das creches iniciada por seu antecessor, uma unidade em perfeitas condições de funcionamento.
Outra questão abordada pelo caderno é a do reconhecimento profissional dos professores das creches, previsto em lei mas ignorado pela Reitoria. Além disso, a publicação inclui referências bibliográficas e um pequeno caderno de Memória Fotográfica.
O CEDIn, explica a professora Celi Chaves Dominguez (EACH) no texto de abertura, surgiu da necessidade de “seguirmos respondendo aos ataques contra as unidades de educação infantil existentes na Universidade, conhecidas como Creches da USP, bem como de reafirmar a importância da imediata retomada das atividades regulares na Creche Pré-Escola Oeste”.
Fortaleça o seu sindicato. Preencha uma ficha de filiação, aqui!
Mais Lidas
- Sete docentes que não entregaram RAD respondem a “sindicância punitiva”, e outros(as) 32 precisaram firmar “protocolo de compromisso”; novo ciclo do PrADo terá início no segundo semestre
- Reitor retira da pauta do Conselho Universitário a proposta de mudanças na sistemática de concursos para ingresso de docentes, mas anuncia votação “em breve”
- Governo estadual altera estatuto do IPT para criar “conselho de orientação”, e Vahan nomeia como integrante Roberto Sallouti, “CEO” do BTG Pactual e dirigente da Faculdade Inteli
- SOS Butantan realiza plenária nesta terça (1º/7) para discutir próximas ações, após aprovação em primeiro turno de projeto que permite construção de prédios de até 48 m de altura na área do instituto
- Governo estadual derrubou 589 árvores para realizar obras de ampliação do HC de Ribeirão Preto; para compensar, plantou 3.800 mudas em outro bairro