Condições de trabalho
EACH ganha terreno para expansão, também sem a licença ambiental
Até hoje, campus funciona ilegalmente, sem a licença de operação, porque exigências da Cetesb não foram atendidas
O governo do Estado acaba de ceder à USP Leste um terreno de 43 mil metros quadrados, o equivalente à área atual da unidade, e que deverá abrigar um centro de convenções e outro de exposições. Porém, assim como o terreno em que a EACH foi construída, o novo espaço também está contaminado, por haver recebido lama retirada do fundo do rio Tietê.
Daniel Garcia |
Vista parcial do campus da EACH, construído sobre área contaminada, com forte presença de metano no subsolo |
Nem a nova área cedida pelo Estado, nem a área original possuem licença ambiental. Desde 2005 os órgãos responsáveis pela vigilância do meio ambiente exigem a implantação de dutos para a extração de gases no subsolo do terreno onde está a USP Leste, o que evitaria o risco de explosões. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) recomendou essa medida para “todas as construções já implantadas ou a serem implantadas no local”. A assessoria de imprensa da EACH informou ao Informativo Adusp que “a USP já entregou todos os documentos que a Cetesb solicitava para a obtenção da licença de operação. No momento, a unidade possui a licença de instalação e aguarda uma resposta da Cetesb sobre a licença de operação”.
A assessoria informou ainda que “a Superintendência de Espaço Físico da USP (SEF) já instalou um modelo de sistema de exaustão de gases do subsolo do prédio do Ciclo Básico. O trabalho foi feito pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em janeiro deste ano, e passou por fase de testes. Agora a USP também espera uma resposta da Cetesb, que deverá apontar se esse sistema de extração de gases está adequado”. Contudo, segundo informações da Folha de S. Paulo (17/4/2012), dos nove dutos exigidos para a licença da área original apenas sete foram instalados até hoje, fato que estaria impedindo a emissão da licença ambiental plena de operação.
Multa e advertência
Em setembro de 2011 a EACH foi multada pela Cetesb e recebeu também um Auto de Advertência exigindo a implantação do sistema para extração de gases. Já em outubro do mesmo ano, a unidade foi acusada de receber terras suspeitas de contaminação. Na ocasião, o diretor da unidade, José Jorge Boueri Filho, disse desconhecer a procedência das terras que seriam utilizadas para preparar parte do terreno para a plantação de grama. Tampouco recebeu autorização da Cetesb para recebê-las, procedimento necessário pelo fato de a EACH estar situada na área de preservação permanente do Parque Ecológico do Tietê.
Segundo a gestora ambiental Débora Natali Crispiano, que estudou em seu Trabalho de Conclusão de Curso o processo de licenciamento ambiental do campus da EACH, a construção da USP Leste foi aprovada através de um Relatório Ambiental Preliminar, procedimento inadequado para o empreendimento que, por seu vulto, necessitava de um estudo mais aprofundado. Para Débora, os instrumentos mais adequados seriam o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA), procedimentos que compõem uma avaliação ambiental completa.
A EACH discute agora a elaboração de um Plano Diretor Socioambiental Participativo que, segundo sua assessoria, servirá de base para a gestão ambiental do campus USP Leste. “O trabalho envolve a Superintendência de Gestão Ambiental da USP, professores especialistas na área de gestão ambiental, alunos do curso de graduação de Gestão Ambiental e funcionários da Escola”.
Informativo nº 344
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