Reunião será na manhã deste domingo (4/8) e vai discutir os próximos passos para pressionar a Reitoria da USP a recuperar a capacidade plena de atendimento do hospital. Entre as medidas que podem ser adotadas está uma ação por desvio de conduta contra o reitor Vahan Agopyan

O Coletivo Butantã na Luta realiza neste domingo, 4/8, às 10 horas, o 4o Encontro Popular em Defesa do Hospital Universitário (HU). A reunião, na qual o movimento espera contar com a presença de pelo menos duzentas pessoas, ocorrerá na Escola Municipal Amorim Lima, em frente à Praça Elis Regina, no Butantã.
 
O principal objetivo do encontro é discutir com a população quais serão os próximos passos para pressionar a Reitoria da USP a aplicar prioritariamente em contratação de pessoal a verba extra de R$ 40 milhões destinada neste ano ao HU pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). "Queremos que esse dinheiro seja aplicado imediatamente em contratações via carreira USP", diz Mario Balanco, da coordenação do Coletivo Butantã na Luta. "Essa é a nossa grande reivindicação. Não aceitamos contratação por terceirização ou outra via."
 
O movimento defende que os recursos, aos quais a USP já tem acesso desde o final do primeiro semestre, sejam utilizados na contratação de cerca de trezentos profissionais, incluindo médicos, enfermeiros, auxiliares e pessoal administrativo. Desde as duas etapas do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) da USP, em 2015 e 2016, o HU perdeu mais de 400 servidores — atualmente, o quadro é de cerca de 1.400 servidores. Hoje o hospital realiza aproximadamente 5 mil atendimentos mensais, menos de um terço dos 16 mil atendimentos mensais que realizava até o fim de 2014. "A pergunta que a gente faz é a seguinte: onde estão sendo atendidas essas pessoas que não passam mais pelo HU?", questiona Balanco.
 
"Estamos nos sentindo enrolados", diz liderança do movimento
 
De acordo com o coletivo, a destinação da verba extra é um dos elementos que configuram uma nova etapa na luta pela recuperação plena do HU. Outra vertente é a atuação da área de Saúde Pública da Promotoria de Justiça e Direitos Humanos do Ministério Público de São Paulo, que está cobrando a Reitoria e a Superintendência do HU para que apresentem o plano de reestruturação do hospital. Uma portaria do próprio reitor instituiu um grupo de trabalho para elaborar o projeto, que deveria ter vindo a público até o final de março, mas até agora não foi apresentado.
 
"Estamos nos sentindo enrolados. Há conversas, há muitas discussões, mas a gente não vê na prática nenhuma melhoria no hospital", afirma Balanco. Entre outras reinvindicações, o Butantã na Luta quer a reativação de 250 leitos do HU e o uso efetivo das oito salas cirúrgicas. Atualmente, por falta de profissionais, apenas três são utilizadas.
 
O coletivo também defende a contratação de médicos para assegurar a recuperação da formação multitemática nos sete cursos e carreiras da saúde da USP, envolvendo cerca de 2 mil alunos por ano. "O HU tem esse caráter especial de formação, e isso precisa ser mantido", diz Balanco.
 
O encontro popular deste domingo também irá discutir a possibilidade de encaminhar, via Defensoria Pública do Estado, uma ação por desvio de conduta contra o reitor Vahan Agopyan. A razão é que a Reitoria não aplicou no HU a verba de R$ 48 milhões dos royalties do petróleo destinada por emenda da Alesp em 2018. Em lugar de aplicar os recursos no hospital, a USP utilizou-os em despesas previdenciárias.
 

EXPRESSO ADUSP


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