Segurança
Escola Politécnica extingue comissão de sindicância que investigaria morte de aluno da Geografia
Colegiado foi dissolvido após renúncia de seu presidente, o professor Luciano Anderson de Souza, da Faculdade de Direito. Para a Poli, apuração das responsabilidades agora cabe à Reitoria, que ainda não se pronunciou. A investigação do falecimento de Filipe Varea Leme, que completou um mês no dia 30/5, está a cargo do 93o Distrito Policial
A sindicância que iria apurar as responsabilidades pela morte do estudante Filipe Varea Leme – ocorrida no dia 30/4 no prédio da administração da Escola Politécnica – foi extinta pela direção da Poli. A comissão de sindicância era presidida pelo professor Luciano Anderson de Souza, docente da Faculdade de Direito, que na semana passada renunciou ao cargo.
A dissolução do colegiado foi comunicada no final da semana passada à Reitoria pela diretora da Poli, Liedi Bariani Bernucci. “A sindicância foi revogada uma vez que o presidente pediu seu afastamento por motivos pessoais. Dessa forma, comunicamos por despacho à Reitoria sobre a revogação no âmbito da Poli e solicitamos que a mesma fosse realizada no âmbito da Reitoria”, disse a diretora por e-mail ao Informativo Adusp. “Nestas circunstâncias, cabe à Reitoria a instauração de sindicância e não há mais acompanhamento do processo pela Poli.”
A comissão foi constituída por portaria assinada por Liedi Bernucci no dia 2/5 e tinha sessenta dias para concluir seus trabalhos. Além de Luciano Anderson de Souza, o colegiado era integrado pelo professor Paulo Eigi Miyagi, da Poli, e pela professora Sueli Furlan, chefe do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), onde Filipe estudava.
Comissão nunca se reuniu e sindicância não saiu do papel
A sindicância, no entanto, jamais chegou a ser de fato instaurada. A primeira reunião, marcada para o dia 27/5, foi cancelada por Souza após os pais de Filipe manifestarem o interesse de assistir aos trabalhos. O pedido foi negado, e os advogados contratados pela família comunicaram então que, de posse de uma procuração da família, participariam da sessão. Souza não marcou uma nova data e dias depois formalizou o seu afastamento.
O professor foi procurado para falar sobre as razões de sua decisão, mas não deu retorno aos pedidos do Informativo Adusp. A assessoria de imprensa da Reitoria também não respondeu à reportagem sobre o pedido da Poli de instauração de uma nova sindicância pela própria Reitoria para apuração das responsabilidades.
A investigação da morte de Filipe está a cargo do 93o Distrito Policial, no Jaguaré, que vem colhendo depoimentos de docentes, funcionários e outras testemunhas. Peritos do Instituto de Criminalística também já estiveram na Poli em três ocasiões para coleta de provas. “De nossa parte, todos os documentos e arquivos solicitados foram entregues à Polícia e ao Instituto de Criminalística. Os documentos solicitados pela família também foram entregues pessoalmente”, disse Liedi Bernucci.
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