Entre os meses de janeiro e agosto de 2007, o número de acidentes de trânsito nas ruas do campus universitário do Butantã subiu 21% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 101 acidentes em 2007, contra 83 em 2006. Os dados, fornecidos pela Guarda Universitária, contabilizam apenas os casos em que ela atendeu a ocorrência ou foi notificada pelos envolvidos.

O aumento é ainda mais significativo se considerados isoladamente os acidentes com vítimas: 18 em 2007, contra 13 em 2006, representando um crescimento de 38%. São considerados acidentes com vítimas todos aqueles em que alguma pessoa sofreu qualquer ferimento, mesmo que leve.

Para Ronaldo Pena, diretor do Departamento de Operações e Vigilância da Prefeitura do Campus, o número de acidentes é “razoável, já que circulam por dia na USP perto de 80 mil pessoas”, mas que a situação não pode ser enxergada “com conformismo estatístico”. Ainda segundo Pena, o aumento em relação ao ano passado era “previsível, dentro das atuais condições de risco” e do “aumento do fluxo de veículos para o campus, da ordem de 8% a 10%”.

Convênio

Para a Prefeitura do Campus, os principais motivos de acidente seriam a imprudência dos motoristas e o desrespeito às leis de trânsito. Um levantamento de 2005, da própria Prefeitura, revelou que, nas avenidas da Raia e Lineu Prestes, 95% dos veículos transitavam em velocidades acima da permitida, número que Pena considera “um abuso”. Segundo ele, a Prefeitura trabalha com campanhas de conscientização dos motoristas, mas a situação seria “originada pela impunidade dos motoristas”.

Na tentativa de solucionar esse problema, a USP vem buscando firmar um convênio com a Prefeitura de São Paulo, para que esta fiscalize e aplique multas de trânsito dentro do campus universitário. O convênio está em análise na Consultoria Jurídica da USP.

Além dos acidentes de trânsito, outras questões afetam a circulação no campus: o congestionamento que se forma no final das tardes na rotatória próxima ao portão 1, o transporte público superlotado, e a escassez de ônibus circulares são problemas de longa data que continuam sem solução. Por outro lado, a comunidade acadêmica só consegue participar das decisões relativas a essas questões por meio do Conselho do Campus, colegiado com composição ainda mais restrita do que o Conselho Universitário, e de periodicidade bastante irregular.

 

Matéria publicada no Informativo n° 244

EXPRESSO ADUSP


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