Na última semana de maio não haverá aulas para que possamos, estudantes, funcionários técnico-administrativos e professores, refletir sobre a universidade. O  nosso cotidiano de trabalho não tem propiciado o debate sobre a natureza e a destinação da atividade que desenvolvemos. Que modelo de universidade defendemos? Que rumo queremos dar às nossas atividades acadêmicas?

A universidade deveria ser palco constante de tais discussões promovendo e incentivando o livre pensar e o debate crítico das diferentes visões e expectativas sobre o nosso trabalho. Não é o que vem acontecendo. Os órgãos colegiados, além de não serem democráticos, não debatem as questões fundamentais relativas à universidade. Temas como mecanismo de acesso e permanência estudantil na USP; relação entre a universidade pública e as fundações privadas; existência de cursos pagos na USP, entre outros, poderiam e deveriam ser objeto de discussão democrática nos órgãos da universidade. Para que isso ocorra, será necessária uma mudança profunda na estrutura de poder da USP. No atual quadro, teria o Conselho Universitário legitimidade e autonomia para decidir sobre as mudanças de estatuto da USP? Estaria o CO disposto a abrir mão de sua prerrogativa para fazer tais mudanças, delegando este trabalho a uma estatuinte da universidade? É evidente que isso depende de nossa capacidade de organização e luta. O V Congresso da USP poderá ser uma oportunidade para a discussão democrática de tais questões, bem como para nos organizarmos com o objetivo de construir um movimento unitário e forte em defesa de uma estatuinte da universidade cuja única atribuição seria elaborar um estatuto da USP.

O Conselho de Representantes da Adusp tem como perspectiva a realização de um congresso paritário com igual número de estudantes, funcionários e professores, eleitos em todas as unidades da USP, e considera o número de 200 delegados como uma possibilidade que poderia atender as três categorias. O CR considera ainda que o V Congresso da USP deve ser um espaço e um momento para refletirmos sobre os seguintes temas que afetam diretamente nosso trabalho: Ensino, pesquisa e extensão; Acesso e permanência estudantil; Financiamento da Universidade; Fundações e outras formas de mercantilização da universidade; Democratização da universidade; Planejamento da luta pela instalação de uma estatuinte da universidade.

O debate e o pensamento coletivo sobre os diversos temas certamente irão produzir muitas idéias e propostas criativas.

Trabalharemos para que o V Congresso potencialize a ação unitária e conjunta em defesa da universidade.

 

Matéria publicada no Informativo n° 256

EXPRESSO ADUSP


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