Defesa da Universidade
No campus de Ribeirão Preto, Sintusp inaugura memorial em homenagem às vítimas da Covid-19. Reitoria prossegue insensível
No último sábado, 13 de agosto, no campus de Ribeirão Preto, o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) inaugurou um Memorial para lembrar o(a)s trabalhadore(a)s do mundo todo que perderam a vida na pandemia de Covid-19, e especialmente sete funcionário(a)s técnico-administrativo(a)s: André Luís Orlandin (“Raposão”), Eurípedes Honofre da Silva, Fernando Alves Tremura Filho, José Carlos Serrano, Nivaldo Donizetti de Oliveira, Roseane Elisabete Forni, Rubens Salomão Campos.


O Memorial está instalado no jardim da subsede do Sintusp, à Rua dos Técnicos, 118A. A obra, em aço, concreto e mosaico português, é uma criação coletiva. Foi concebida e planejada pelo engenheiro Carlos Alberto Moro, ex-funcionário da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), com a participação do arquiteto Augusto Valeri. A execução foi do pedreiro Valdeci Cordeiro dos Santos.
“A iniciativa de homenagear os trabalhadores que perderam a vida durante a pandemia de Covid-19, incluindo sete companheiros de Ribeirão Preto, partiu da constatação de que a USP não se importou [sequer] minimamente com essas vidas perdidas”, assinalou o jornalista Luis Ribeiro, diretor regional do Sintusp. “O reitor Vahan Agopyan se vangloriava de dirigir uma universidade que não parou com a pandemia. E até agora não parou mesmo, nem para contar e homenagear seus mortos”.
O dirigente do Sintusp lembrou ainda que a “omissão genocida do governo federal” foi responsável por muitas das mortes por Covid-19. “Centenas de milhares de vida poderiam ter sido poupadas, não fosse o negacionismo assassino daquele déspota que ainda ocupa a cadeira de presidente”, declarou Ribeiro.
“É uma iniciativa que deveria ser da USP”, destacou, ao se pronunciar durante a inauguração do Memorial, a professora Annie Schmaltz Hsiou, 1ª vice-presidenta da Adusp. “Nós, docentes, não conseguimos nem mensurar as perdas que tivemos. Buscamos a Reitoria, solicitamos esses números, era o mínimo que a universidade tinha que fazer”, protestou, criticando o mote “A USP não pára”, adotado pela gestão Vahan Agopyan-Antonio Hernandes e que serviu para justificar toda sorte de arbitrariedades.
“A universidade de fato não parou para homenagear seus mortos, relembrá-los, e isso mostra a grande insensibilidade da Reitoria, principalmente do Vahan e do Hernandes. A gente continua querendo que a universidade homenageie todas as vidas que perdemos durante a pandemia”, reforçou Annie.
Compareceram ao evento representantes de outros sindicatos, bem como familiares, amigo(a)s e membros da comunidade que conviveram com esse(a)s trabalhadore(a)s ou que perderam parentes e amigos durante a pandemia. Também estiveram presentes na ocasião as professoras Vera Navarro e Elisabeth Spinelli e o professor Sérgio Kodato, todos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP).
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