“Foi uma super-surpresa. Fui comunicada diretamente, às oito da manhã: ‘Vá fazer o seu exame’ [demissional]”. Assim a técnica Vera Soares, da Cecae, desde 1986 na USP na condição de celetista, descreve ao Informativo Adusp a sua demissão. “Foi sem justificativa, não houve nenhum processo de avaliação”. Ela aposentou-se por idade em 2009, “seguindo orientação do próprio DRH”.

Vera considera “nebuloso” o motivo das demissões. “Minha sensação é de que essas demissões não são um ato isolado, só fazem sentido como parte de um plano geral. Falta de recurso não é”, comenta a funcionária, que também foi docente do Instituto de Física, de 1972 a 1984.

“Houve muitos erros. Algumas das pessoas demitidas tinham estabilidade”, diz, o que explica as reintegrações que já ocorreram. Para Vera, embora o corte tenha afetado, em sua maioria, funcionários que atuavam em laboratórios e programas dirigidos por docentes, estes não reagiram como seria de se esperar, apesar de não terem sido, sequer, consultados sobre as demissões.

ICB perde 8

“Uma colega minha que foi dispensada trabalhava para três docentes. São recém-contratadas e têm verba Fapesp. De repente, ficaram sem a técnica. Essa moça era muito experiente e essas três docentes ficaram sem contrapartida para desempenhar a contento o projeto de pesquisa. Uma outra funcionária que também foi demitida trabalhava na pós-graduação e estava fazendo o relatório para a Capes, importantíssimo para a instituição”. O relato é de Maria José Menezes, a Zezé, técnica do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), onde foram demitidos oito funcionários.

“O que Joel e Rodas fizeram foi à revelia da Universidade”, protesta Zezé.

 

Informativo n° 320

EXPRESSO ADUSP


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