O radialista Alexandre Pitolli, da TV Jovem Pan de Bauru, anunciou que protestará todos os dias contra o desmonte do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), que pertence à USP mas foi cedido ao governo estadual — e desaparecerá após ser absorvido pelo futuro Hospital das Clínicas de Bauru (HCB), a ser gerido por uma “organização social de saúde”, uma instituição privada.

Pitolli anunciou no programa Jornal da Manhã que o governo estadual estaria disposto a rever o processo de desmonte do HRAC, preservando o hospital, conhecido em Bauru como “Centrinho”. Porém, diz o apresentador, os dirigentes da USP envolvidos na questão, como o reitor Carlos Gilberto Carlotti e o superintendente do hospital e diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), professor Carlos Ferreira dos Santos, estariam ignorando essa possibilidade.

Pitolli também cobra explicações da professora Maria Aparecida de Andrade Moreira Machado, ex-superintendente do HRAC, ex-diretora da FOB, ex-pró-reitora de Cultura e Extensão, conhecida como Cidinha. Ela foi candidata derrotada a vice-reitora da USP no recente processo eleitoral. Em agosto de 2014, em reunião decisiva do Conselho Universitário, Cidinha deu aval à proposta do então reitor M.A. Zago de desvincular da USP o HRAC, com base na avaliação de que o hospital era deficitário e problemático para a universidade.

“Se o governador do Estado de São Paulo, se o secretário da Saúde, se o secretário-executivo da Saúde, me diz [sic] o seguinte: ‘Só depende da Universidade de São Paulo o Centrinho permanecer como está’, a Unidade 1 do HRAC intocável, e você, Carlos, você Carlotti, Cidinha, decidirem permanecer em silêncio, isso só pode me fazer crer que tem um ‘acordão’ aí para destruir o negócio”. A unidade 1 é o prédio original do hospital, ao passo que a unidade 2 abrigará o HCB.

“Cadê você, Cidinha? Cadê você? […] Professor Carlos, conta p’ra gente a verdade: qual é o acordo que tem com a Reitoria da Universidade de São Paulo?”, indagou Pitolli. Acrescentou: “Porque esse seu silêncio sepulcral só me faz crer que deve haver um ‘acordão’ que eu não sei qual é”.

O apresentador lançou dúvidas sobre a contabilidade do HRAC: “Desde 2020 o professor Carlos não apresenta o balanço financeiro do Centrinho. Desde 2020, financeiramente, ninguém sabe o que acontece com o Centrinho”, afirmou ainda Pitolli. De acordo com o apresentador da Jovem Pan, o diretor da FOB e superintendente do HRAC recusa-se a falar ao programa da Jovem Pan.

O Informativo Adusp solicitou à Reitoria da USP, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que se pronuncie sobre os comentários de Pitolli, o que não ocorreu até o fechamento desta matéria. No caso de eventual manifestação, o texto será devidamente atualizado.

EXPRESSO ADUSP


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