Inspirados no exemplo da Unicamp, docentes e discentes da USP exortam reitor Vahan Agopyan a convocar assembleia universitária ou Conselho Universitário ampliado
Encastelada no seu bunker, a Reitoria destrata os docentes

Após debater a questão, a Assembleia Geral da Adusp de 15/10 decidiu propor às Congregações da USP que conclamem a Reitoria a convocar e realizar uma assembleia universitária extraordinária em defesa da ciência e das universidades públicas no Brasil, nos moldes da que a Unicamp realizou no dia 15/10. A assembleia universitária da Unicamp reuniu milhares de estudantes, docentes e funcionários no Ciclo Básico do campus e foi aberta pelo reitor Marcelo Knobel (fotos).

“Em que pesem as diferenças que certamente existem entre nós, estamos todos aqui, no coração da Unicamp, para defender um ideal comum: a universidade pública, a educação, a ciência e a tecnologia”, declarou Knobel, segundo o relato do portal BrasildeFato. A iniciativa foi aprovada no dia 24/9 pelo Conselho Universitário da Unicamp.

fotos: Unicamp

Além da decisão tomada na AG da Adusp, outras iniciativas semelhantes correm em paralelo. No Conselho Universitário (Co), a representação dos Professores Doutores, a representação do Instituto de Arquitetura e Urbanismo de São Carlos (IAU) e um grupo de representantes discentes aliaram-se para requerer ao reitor Vahan Agopyan, por meio de ofício, que realize uma reunião extraordinária do Co, aberta a toda a comunidade universitária, “tendo em vista discutir os graves ataques que as universidades públicas, a pesquisa e a pós-graduação vêm sofrendo tanto do governo federal quanto de governos estaduais”.

Os signatários observam ainda que, diante da gravidade da situação, “uma tomada de posição coletiva e pública de docentes, funcionári@s e alun@s da mais importante Universidade do país, sem dúvida alguma, significaria uma enorme contribuição para o movimento de defesa da Educação Pública e do desenvolvimento científico e tecnológico”. O ofício é assinado pelos docentes Kimi Tomizaki e Márcio Moretto (respectivamente, representantes titular e suplente dos Doutores no CO) e Cibele Saliba Rizek (representante da Congregação do IAU), pelos representantes discentes Felipe Simoni Farias (FFLCH), Julia Köpf (FEA) e Luis Rodrigo Torres Neves (IFSC) e por Flávia Ferrari, representante dos ex-alunos.

Grupo propõe formação de GT para minimizar perda de bolsas

A perda de bolsas de pesquisa, motivada pelos cortes de recursos nas agências federais de fomento, levou um grupo de docentes e discentes a pressionar a Reitoria para que encaminhe soluções. “Solicitamos que a Reitoria da USP envide esforços para a formação de um Grupo de Trabalho, constituído por alun@s, professor@s e funcionári@s, preferencialmente do SAS [Superintendência de Assistência Social], para atender alun@s de graduação e pós-graduação que tenham perdido bolsas de estudos previstas para esse período em nível de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado”, diz ofício encaminhado por eles à Reitoria. “Trata-se de uma proposta que visa minimizar os impactos negativos dessa situação garantindo apoio e recursos para permanência dest@s alun@s na Universidade”, concluem.

Além dos representantes dos Professores Doutores no Co e da representante do IAU, assinam este ofício os representantes de congregações Fernando Navarra (IF), Raquel Rolnik (FAU), Marly Augusto Cardoso (FSP), Ana Maria Loffredo (IP) e os representantes discentes Ana Luísa Calvo Tibério (FD), Isabela da Silva (FDRP), David Paraguai Molinari (FFLCH), Luis Rodrigo Torres Neves (IFSC), Julia Köpf (FEA), Pedro Gabriel Pereira (FFLCH), Douglas Fernandes (FD), Felipe Simoni Farias (FFLCH), bem como a representante de ex-alunos.

A questão das bolsas também mobilizou docentes e discentes do Programa de Pós-Graduação em Língua, Literatura e Cultura Japonesa da USP. Reunidos em
assembleia em 4/10, eles aprovaram moção em que lamentam a suspensão do cadastramento de novos bolsistas na Bolsa de Demanda Social da Capes e o critério adotado para este corte. “Essa medida ameaça os programas na sua manutenção qualitativa e quantitativa, no atendimento à demanda social como permanência estudantil, e particularmente, a própria existência deste que constitui o único programa do Brasil que tem como tema principal os estudos japoneses, bem como sua expansão. Cabe lembrar que mesmo os Programas que foram poupados do recente corte tiveram, um dia, suas fases de implantação e ampliação, para atingir o seu estado atual de consolidação”.

Os signatários enfatizam ainda “a necessidade da revisão e da suspensão da referida medida e reafirmam a determinação de continuar o empenho na melhoria do Programa, consolidando a sua condição de destaque no contexto acadêmico nacional e internacional”.

 

EXPRESSO ADUSP


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