Defesa da Universidade
Movimento convida para comemoração dos dois anos de ocupação da Creche Oeste

Unidade, que atendia cerca de cem crianças, foi fechada pela Reitoria em meio às férias acadêmicas de 2017. Desde então, mobilização de pais, funcionários e comunidade tem garantido o funcionamento do espaço e a realização de atividades, além de manter a luta pela reabertura
A Ocupação Creche Aberta promove nesta quinta (17/01), a partir das 17h30min, um café/chá para comemorar os dois anos da ocupação da Creche Oeste, na Cidade Universitária. O convite para participar da programação é aberto a entidades, movimentos sociais, apoiadores e à comunidade. A Creche Oeste fica na Avenida Almeida Prado, 1272, ao lado da prefeitura do Campus.
A creche está ocupada desde 17 de janeiro de 2017, um dia depois de a Reitoria ter anunciado, de surpresa e em meio às férias acadêmicas, que seria realizada a transferência de seus equipamentos, materiais e mobiliário para a Creche/Pré-Escola Central. A justificativa alegada era "otimizar os espaços das Creches e Pré-Escolas do campus Butantã".

Pais e funcionários se mobilizaram para que o espaço não fosse fechado. Desde então, as atividades têm ocorrido permanentemente. De acordo com o depoimento dos ocupantes ouvidos pelo Informativo Adusp, inicialmente procurou-se organizar a comunidade e dar conhecimento da situação. Foram realizados almoços e outros eventos para receber pais, crianças e todos os interessados.
Os participantes se integraram a outros movimentos e ações como a discussão do sucateamento do Hospital Universitário (HU), também promovido pela gestão de M.A. Zago na Reitoria da USP, e a iniciativas da Associação dos Moradores do Jardim São Remo.
Mais tarde, o foco principal passou a ser a vivência com as crianças no espaço. "Elas mesmas diziam: 'quero ir para a Creche Oeste'", conta uma das participantes da ocupação.
Entre as atividades permanentes na unidade está a revitalização da horta, plantada pelos ocupantes e "ocupantinhos" (as crianças), que também se alimentam do que elas mesmas cultivam.
"A instituição a abandonou, mas a comunidade, não"
Os ocupantes têm cuidado da manutenção do espaço, garantindo que a creche esteja em condições para a reabertura – objetivo da luta. "Havia cem crianças atendidas aqui. Não há nenhuma razão estrutural ou de outra natureza que possa justificar a não reabertura, assim como nada justifica o fechamento", diz outra integrante do movimento. "Não se trata de reabrir uma creche abandonada, porque esse lugar de abandono não existe. A instituição a abandonou, mas a comunidade, não."
A reabertura da Creche Oeste segue em discussão na Justiça. Em setembro do ano passado, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou decisão anterior em relação a um mandado de segurança impetrado pela Associação de Pais e Funcionários (Apef) da Creche Oeste que determinava a reabertura do espaço. Na prática, a decisão mantém o fechamento e possibilita que a USP solicite a reintegração de posse da unidade.
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