Fundações
Massola processa FDTE, entidade que ajudou a fundar
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Professor Antonio Massola |
As fundações privadas ditas “de apoio” à USP movimentam grandes somas de dinheiro, o que suscita, eventualmente, conflitos entre os participantes do negócio. Os conflitos podem surgir entre fundações, mas também dentro das entidades. Prova disso é o processo judicial que o professor Antonio Carlos de Aguirra Massola move na 31a Vara Cível contra a Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE): o montante da causa é de R$ 61.648,03.
Massola foi um dos cinco instituidores da FDTE, em 1972, e presidiu o Conselho Curador da entidade que agora está processando. O professor também foi um dos coordenadores do Programa de Educação Continuada em Engenharia (Pece), cuja movimentação financeira, superior a R$ 10 milhões por ano, é habitualmente administrada por fundações privadas como a própria FDTE, a Vanzolini ou a Fusp.
O Pece oferece cursos pagos nas dependências da Escola Politécnica (EP), com aulas ministradas por professores desta unidade e diplomas com o selo “USP”. Trata-se de empreendimento privado que tem um número de alunos superior ao número de alunos regulares da Poli.
Auditoria
Massola foi, ainda, diretor da EP e é, há 18 anos, diretor-executivo (principal cargo) da Fundação Universidade de São Paulo (Fusp). Em 2007, uma auditoria externa realizada na Fusp a pedido da Promotoria de Fundações do Ministério Público Estadual constatou que ele e dois outros diretores receberam, entre 2002 e 2004, um montante de vencimentos superior a R$ 1 milhão (média de R$ 111 mil por cargo, por ano).
Outro processo contra a FDTE é movido por Jorge Luis Risco Becerra, na 23a Vara Cível, no valor de R$ 32.694,06.
Trata-se de uma cobrança por serviços prestados e não pagos. Este processo e o de autoria de Massola foram distribuídos na mesma data: 31/3/2010. Becerra também é professor da Poli e leciona no Pece.
Consultada, a FDTE declarou ao Informativo Adusp que não pode se pronunciar a respeito da ação de Massola, por não ter sido notificada. Procurado, o professor informou, por meio de sua secretária, que não fará comentários.
Informativo n° 310
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