Recebemos do professor Mauro Zilbovicius, presidente da Fundação Vanzolini, extensa carta, cuja publicação integral tomaria uma página inteira, na qual contesta o teor da reportagem “Apesar do TAC, fundações continuam na USP”. Publicamos a seguir seus trechos mais relevantes, precedidos por destaques de nossa autoria.

Repasses maiores

“Li a reportagem publicada no Informativo Adusp 252, e gostaria de manifestar o que segue, sobre alguns pontos que constam da matéria:

‘O presidente da Fundação Vanzolini, professor Mauro Zilbovicius, declarou que o valor dos repasses só seria informado após solicitação por escrito e avaliação da diretoria’.

Foi de fato o que eu disse. Não recebi sua solicitação. Se a tivesse recebido, possivelmente teria respondido com o que segue, que levantei posteriormente à nossa conversa, imaginando sua solicitação (vide tabela).

Lembro que mencionei durante a entrevista que, apesar de não ter os números naquele momento, o repasse ao Departamento era maior do que o dobro dos 5% da receita previstos em convênio e nas resoluções da USP e da Poli. A tabela mostra que este percentual foi maior do que 10% em 2006 e pouco menor em 2007. Nos dois anos somados, foi de 10,66%. Ressalto que o repasse realizado à Reitoria e à Epusp excede os 8% previstos nos instrumentos assinados, chegando a 13% em 2006 e 12,71% em 2007, ficando em 12,84% nos dois anos somados.”

Ano Receitas com cursos de especialização, em convênio com a USP Repasse Reitoria+EPUSP Repasse ao Departamento de Engenharia de Produção Solicitação do Departamento de Engenharia de Produção
  Valor Valor Percentual da receita Valor Percentual da receita Orçado percentual executado
2006 12.399.545,00 1.612.150,83 13,00% 1.429.711,46 11,53% 1.440.182,60 99,27%
2007 14.233.161,75 1.808.817,47 12,71% 1.409.930,06 9,91% 1.440.182,60 97,90%

Sem confusão

“A Fundação não se confunde com o Departamento. Há muitos elementos de distinção. O principal e mais importante deles: uma é privada, o outro é público. Saber distinguir o público do privado é uma das condições para o exercício da função pública.(…)”

Placas apagadas

Foram “de fato apagadas, há tempos, porque a Fundação não utiliza espaço público. Usa espaço conforme consta em convênio com o órgão público e conforme se comprometeu com o MP. As indicações anteriores estavam erradas, por isso foram apagadas. (…)”

Cumprimento do TAC

A Vanzolini “não contraria o TAC. Tem todo o interesse e dedicação em cumpri-lo. (…) A Fundação considera que as atividades da Assessoria de Comunicação (não de imprensa nem de marketing) são relacionadas aos convênios, já que desenvolvem atividades voltadas para os alunos dos cursos de especialização. (…)”

“Recuo”

“O professor não recuou nem recua em seus princípios. O professor claramente disse que não conhecia os moldes sugeridos pela Reitoria. Disse que não poderia comprometer-se a assinar cheque em branco, isto é, sem saber, de antemão, os termos.”

Nota da Redação – Agradecemos ao professor Zilbovicius suas observações e os dados que nos enviou. Reafirmamos o teor das informações contidas na edição 252.

 

Matéria publicada no Informativo n° 253

EXPRESSO ADUSP


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