Reitoria nega que pretenda deslocar sede do NCN, isolada por tapumes
Daniel Garcia
Vista lateral da sede do NCN

Nota da Reitoria, divulgada em 25/10 no portal Sala de Imprensa (http://goo.gl/aW3kKt), afirma que “as obras em curso na área dos antigos barracões, na Cidade Universitária ‘Armando Salles de Oliveira’, não afetarão a continui­da­de de utilização do espaço ora em uso pelo citado Núcleo [de Consciência Negra]”. A posição foi reiterada por representantes da Reitoria em reunião entre as comissões para a negociação de greve, realizada em 31/10. Entre­tanto, coordenadores do NCN relatam que, em 24/10, funcionários que trabalham nas obras tentaram bloquear com tapumes uma das entradas da entidade.

“Umas pessoas foram avisando para outras [sobre o cercamento] e muitas foram até o NCN impedir a mudança de lugar do tapume, que iria fechar uma das portas. No sábado [27/10], fizemos uma reunião com várias pessoas da USP e de fora dela, de entidades ou não, para pensar em ações para proteger o NCN”, conta Valéria Couto da Silva, estudante da Faculdade de Educação Física e coordenadora do NCN.

A nota da Reitoria acrescenta que “no boletim USP Destaques 50, de 20/01/12, o reitor da USP declarou que não há intenção de transferir o Núcleo de Consciência Negra do local onde se encontra atualmente”. Mais uma vez a afirmação é contestada por membros do NCN. Apesar de garantir a permanência do Núcleo no campus, a administração da Universidade há tempos vem hostilizando a entidade.

“Faz mais de três semanas que estamos sem telefone. No mês passado, enviamos um oficio [à Reitoria] pedindo a reparação dos buracos no entorno da sede. Afinal, todos os que passavam por ali corriam o risco de sofrer algum acidente”, diz Valéria. O pedido foi atendido.

Considerando o caráter social, cultural e político do NCN, o Informativo Adusp questionou o posicionamento da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) sobre o assunto. Segundo  José Ricardo Ayres, pró-reitor adjunto de Extensão Universitária, desde o início da atual gestão a PRCEU reconhece a importância do NCN e a precariedade de suas instalações e condições de atuação.

“Nesse sentido, iniciamos conversas com a direção do Núcleo … Começamos a trabalhar juntos no sentido de formalizar o NCN como um NACE (Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão) … Este processo está já em adiantado curso”, afirma.

Além da institucionalização, para Ayres, é urgente resolver a questão do espaço físico. “Já temos endossado as reivindicações do NCN de garantias mínimas de segurança para o seu funcionamento na sede atual (como limpeza de calhas, reparo de linha telefônica, limpeza, iluminação) e reiteramos nossa disponibilidade ao NCN, à Reitoria e à SEF de ajudar a encontrar uma solução definitiva para a instalação do NCN no campus”.

“Meu sonho é que, em tempo breve, o NCN venha se somar às iniciativas que compõem o Núcleo dos Direitos da Pró-Reitoria”, diz. “O histórico do trabalho de inclusão da população negra e de luta contra as desigualdades já fazem dele um valioso patrimônio da USP”, completa.

Para divulgar a situação do NCN e celebrar o mês em que se comemora do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a coordenação da entidade, junto a outros coletivos da Universidade, dentre eles o recém criado Coletivo de Estudantes Negros da USP, realizará diversas atividades durante este mês. A programação completa pode ser conferida em http://goo.gl/qB3RRn.

Informativo nº 372

EXPRESSO ADUSP


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