Democracia na USP
Alunos da Medicina farão protesto em defesa do HU durante debate de reitoráveis de 19/10
Uma assembleia geral do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC), da Faculdade de Medicina (FM), realizada em18/10 com a finalidade de discutir a situação do Hospital Universitário da USP (HU) e dos estágios da Pediatria (quinto ano), aprovou paralisação de um dia, a ocorrer nesta quinta feira, 19/10, para que os alunos possam comparecer ao debate oficial entre os reitoráveis previsto para ocorrer nesta mesma data, das 10 às 12 horas, no auditório 5 da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA).
"A decisão pela paralisação se fez necessária para a mobilização dos alunos da Medicina diante do cenário de desmonte do Hospital Universitário da USP", diz nota do CAOC. "Sabemos, há muito, que o HU ocupa um papel importantíssimo tanto na assistência da população na região Oeste, quanto no ensino dos graduandos e pós graduandos dos cursos da área da saúde da USP.
A situação emergencial de sucateamento do hospital não se restringe a um só departamento. A falta de profissionais em todas as equipes é uma realidade crescente desde 2014, após aprovação do PIDV".
O estopim do protesto estudantil foi a saída da divisão de Pediatria Clínica do HU de mais uma médica, preceptora dos alunos de Graduação. "Nesse contexto, a divisão de Pediatria Clínica do HU — funcionando com apenas 22 médicos, em um serviço que demanda pelo menos 32 profissionais para atender as demandas da população — estava trabalhando, no Pronto Atendimento [PA], em regime de escala mínima, devido à impossibilidade de fechar a escala de plantões com tão poucos médicos assistentes. Com um regime de trabalho insalubre, uma das médicas assistentes e também preceptora da Graduação pediu demissão, elevando a situação já precária a um patamar de completo caos".
Sem esta profissional, avalia o CAOC, o PA da Pediatria não poderá estar aberto para atendimentos no período da noite, afetando tanto a população quanto as possibilidades de estágio dos alunos da Medicina. Daí a decisão dos alunos de pressionar in loco os reitoráveis. Depois do debate na FEA 5, eles se deslocarão para a Avenida Dr. Arnaldo, onde farão um ato público.
A agenda aprovada pela assembleia geral de 18/10 prevê também uma reunião "com as instâncias deliberativas responsáveis pelo HU" até 20/10, buscando solução em concordância com recomendações do Ministério Público; exigir a contratação de oito assistentes para a Pediatria, pela Reitoria da USP, até 30/10; "indicativo de greve se as contratações não forem atendidas"; entrar em contato com a Procuradoria Geral da USP "para entender os trâmites legais realizados na contratação de docentes para o curso de Medicina da Faculdade de Odontologia de Bauru"; "expor contradição entre abertura de um novo curso de medicina em Bauru enquanto o HU do Campus São Paulo está sucateado".
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