Um ato unificado de docentes, funcionários e estudantes foi realizado em 1º/10 em frente à Reitoria, para pressionar o Conselho Universitário (Co) durante a reunião que apreciou propostas de emenda ao Estatuto da USP. Além dos representantes das três categorias em greve na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), compareceram delegações de alunos da Escola de Engenharia de São Carlos, do campus de Ribeirão Preto, dos cursos de Nutrição e Enfermagem e de unidades do Butantã.

As professoras Adriana Tufaile e Elisabete Franco deram informes sobre a situação na EACH. “A USP foi e está sendo irresponsável. O diretor Boueri praticou um crime ambiental diante dos nossos olhos. A sindicância da Reitoria não teve consequência alguma”, disse Elisabete, que também se congratulou com o movimento pela democratização das eleições de reitor(a).

Presente ao início do ato, o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL-SP) declarou apoio à luta por eleições diretas na USP e criticou J. G. Rodas, “mais xerife do que reitor”. Ele cumprimentou as categorias da USP Leste por darem, com seu movimento, uma “aula de cidadania”.

Magno Carvalho, do Sintusp, apontou o caráter retrógrado do Estatuto da USP. Observou que nas universidades federais “todo mundo vota para reitor”. Explicou que as diferentes propostas das entidades, relativamente ao sistema eleitoral de reitor(a), não impedem uma ação comum: “Temos uma diferença com a Adusp e o DCE, mas estamos juntos na defesa da eleição direta”, afirmou. “Nós defendemos o voto universal, a Adusp defende o voto paritário. Mas isso neste momento é secundário”, realçou.

Ceder os anéis

“Existe um feudalismo enorme aqui”, disse Luis Gustavo, da APG. “Esta é a universidade mais atrasada do país. Os professores nas unidades sequer ficaram sabendo da proposta dos diretores”, acrescentou, referindo-se à emenda ao Estatuto apresentada por 50 diretores e submetida ao Co, que elimina o segundo turno na eleição de reitor, mas apoia consulta à comunidade meramente indicativa.

Na opinião de Claudionor Brandão, do Sintusp, os diretores “cedem os anéis para não perder os dedos”. Ele lembrou que Rodas foi declarado persona non grata pela Faculdade de Direito. “Se não tivesse o apoio da maior parte dos diretores de unidades, ele teria conseguido chegar ao fim do mandato?”, questionou.

Os diretores do DCE defenderam a realização imediata de eleições diretas para reitor e o fim da lista tríplice. Tal como a APG, propuseram que o Co promovesse uma reunião aberta.

Ponderações

O professor Francisco Miraglia destacou que a eleição direta paritária para reitor e a realização de uma Estatuinte são propostas históricas da Adusp. “A reunião de hoje é parte de um processo muito longo. A proposta defendida pela Adusp é exatamente a mesma do DCE”, afirmou. Quanto à orientação do DCE aos alunos, ele ponderou que seria importante o Co realizar e concluir normalmente sua reunião.

O professor Ciro Correia, presidente da Adusp, assinalou que aquela mobilização conjunta era uma vitória que há muito não ocorria. “A voz do movimento se faz ouvir na sala do Conselho Universitário”, disse, sublinhando não haver motivo para mudar o local da atividade. “Nosso ato conjunto vai permanecer aqui”.

Em dado momento, estudantes resolveram se deslocar para a porta lateral, deixando o local do ato unificado. Em seguida ocorreu a ocupação da Reitoria. Os docentes, por sua vez, permaneceram em frente à entrada principal, onde acompanharam os informes sobre as votações no Co.

Informativo nº 370

EXPRESSO ADUSP


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