Estiveram presentes os professores João Grandino Rodas, Alberto Carlos Amadio e Wanderley Messias, pela Reitoria; e os professores Carlos Alberto Dantas, do IME; José Jeremias, da FFLCH; Luiz Nunes, do IFSC, representante dos titulares no Co, e José Renato Araújo, da EACH, representante dos doutores no Co; além de Rosângela Sarteschi, da FFLCH e Lighia Horodynsky-Matsushigue, do IF, ambas do Conselho de Representantes da Adusp.

A reunião de 3/4/12 teve início às 10:40h e encerrou-se às 12:45h.

O primeiro pronunciamento foi do prof. Rodas, que leu parte da carta por mim enviada solicitando a reunião, destacando o seguinte trecho: restabelecer o diálogo e redirecionar a vida universitária aos trilhos do convívio respeitoso. Afirmou várias vezes que, tendo transcorrido metade do mandato, essa era a primeira vez que alguém o procurava para solicitar essa atitude. Deste modo, entendia que o grupo havia se constituído como uma comissão mediadora e que essa possibilidade se apresentava como algo novo, no contexto atual. Historiou as várias reuniões que realizou com funcionários e que ao fim de seis encontros, de mais ou menos duas horas cada um, perguntou aos participantes se consideravam ter havido avanço nas relações, teve como resposta que não. Relatou que na desocupação da Coseas, pastas de documentos foram retiradas e menos da metade foi devolvida. Isto o levou a encontrar um novo lugar para os arquivos, que não podem desaparecer impunemente. Foi enfático ao afirmar que em sua plataforma política estava o compromisso com o diálogo e que a comunidade não aceitou as iniciativas oferecidas. Defendeu a ideia de que tanto as entidades como a USP devem ser respeitadas e não apenas uma das partes ser responsável por manter o equilíbrio. Informou a comissão que realizara no dia anterior reunião com a Adusp e esperava a resposta da diretoria para firmarem um documento conjunto para por fim ao conflito envolvendo as citações aos membros da diretoria e a solução do espaço da nova sede.

Em seguida, o grupo de professores solicitou que eu usasse a palavra. Disse ao reitor que ali estávamos para informá-lo de que a política atual é extremamente violenta e sua postura não indicava disposição ao diálogo. Polícia no Campus, expulsão de estudantes, demissão de funcionários e interpelação da direção da Adusp, com base em um editorial de jornal, não eram sinais de diálogo. Mais ainda, a citação foi muito além do editorial, que utilizou palavras adequadas ao registro das diferenças de opinião. O reitor respondeu brevemente, indicando concordância em alguns aspectos e discordando dos demais.

Depois, Jeremias utilizou a palavra para fazer um longo histórico da conjuntura em que foi criada a Adusp demonstrando ter sido possível, em tempos mais difíceis, os professores enfrentarem os generais e o DOPS, para preservar e democratizar a Universidade. Narrou os conflitos internos, mas a convivência respeitosa entre aqueles que, mesmo com diferenças estruturais, uniram-se para aprovar a fundação da Associação e fazer dela uma defensora das liberdades. Destacou o papel importante dos estudantes e dos funcionários e recomendou o diálogo sempre, até que se chegue a um bom termo de convivência na diversidade. Foi muito enfático na oposição à polícia no campus e propôs serem os membros da guarda universitária treinados por professores especializados na defesa dos direitos humanos e na reversão da violência. Declarou total oposição ao convênio com as várias polícias e recomendou o fim do acordo e da nomeação dos coronéis da PM para coordenar o sistema de segurança da USP.

O professor Carlos Alberto Dantas relembrou as lutas da Adusp pela democracia e autonomia universitária e lamentou o tratamento dado à sua direção, destacando a delicadeza e a lisura da presidente Heloisa Borsari.

O professor Nunes utilizou-se da metáfora há uma bomba armada e o reitor precisa desarmá-la para enfatizar o papel da administração central na solução dos conflitos e a ideia de que não é preciso saber sobre ecologia e como plantar flores para criar uma floricultura na universidade, ou seja, com afeto e respeito as relações podem ser equacionadas e não com fósforo quando a bomba está armada.

Rosângela e Lighia expuseram os muitos papéis que já vivenciaram na USP e o tempo de permanência para destacarem que a situação atual é extremamente autoritária. José Renato destacou as dificuldades de convívio na EACH com preconceitos e intolerância das forças policiais quando seus membros adentram ao campus universitário portando a cultura da repressão.

A reunião foi encerrada com o compromisso das partes tentarem colaborar para a solução dos conflitos e o Reitor afirmou espera as decisões da diretoria da Adusp para um documento conjunto quanto à citação judicial e também para prosseguirem as tratativas sobre a nova sede.

Zilda Márcia Grícoli Iokoi, da FFLCH

 

Informativo nº 342

EXPRESSO ADUSP


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