Democracia na USP
Fórum Aberto pede ao IQ que anule a demissão de Ana Rosa Kucinski
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Assassinada pela Ditadura Militar em 1974, ela foi desligada pela Congregação em fins de 1975 por “abandono de função”
O Fórum Aberto pela Democratização da USP convocou manifestação pública, que se realizaria no pergolado do Instituto de Química em 13/8, com a finalidade de pedir à Congregação da unidade que anule uma decisão tomada em outubro de 1975, quando demitiu por “abandono de função” a professora Ana Rosa Kucinski Silva, sequestrada e assassinada em 1974 pelos órgãos de repressão da Ditadura Militar.
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Ana Rosa graduou-se em Química e concluiu seu doutorado em Filosofia na própria USP. Na década de 1970, tornou-se uma das mais jovens professoras no recém-criado Instituto de Química da USP. Ao mesmo tempo, ingressou numa organização clandestina, a Ação Libertadora Nacional (ALN), que se opunha ao regime militar.
No dia 22 de abril de 1974, quando tinha 32 anos de idade, Ana Rosa foi vista pela última vez, nas proximidades da Praça da República, em São Paulo. Desapareceu junto com seu marido, o físico Wilson Silva, no momento em que celebravam quatro anos de casamento. Há relatos de que teria sido torturada e executada na chamada “Casa da Morte”, em Petrópolis (RJ).
A lei 9.140, de 1995, incluiu o nome de Ana Rosa na lista oficial das 136 pessoas que se encontravam desaparecidas “em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, entre 02/09/61 e 15/08/79, e que por este motivo tenham sido detidas por agentes públicos”. Tal lista foi examinada pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), instituída por essa mesma lei, e Ana Rosa foi finalmente declarada vítima do Estado brasileiro. Mais recentemente, o ex-delegado de polícia e ex-agente do SNI Cláudio Guerra apontou-a como uma das pessoas que tiveram seus corpos incinerados por ele na Usina Cambahyba (RJ), em 1974.
Omissão da USP
Apesar de tais evidências, até agora a USP não tomou qualquer medida para reverter a decisão resultante do processo instaurado pela Reitoria em 1974: a demissão da professora por 13 votos favoráveis e dois votos em branco. O desligamento de Ana Rosa foi publicado no Diário Oficial por ato do então governador do Estado, Paulo Egydio Martins. A manifestação do Fórum Aberto reforça as iniciativas da família, em especial de seu irmão, professor Bernardo Kucinski, de denunciar o caso e pedir providências.
O Fórum Aberto pela Democratização da USP reúne Adusp, Sindicato dos Trabalhadores (Sintusp), Diretório Central dos Estudantes (DCE-Livre da USP), Associação de Pós-Graduandos do campus da capital (APG-USP), Centro Acadêmico de Filosofia (CAF), Centro Universitário de Pesquisas e Estudos Sociais – Centro Acadêmico das Ciências Sociais (CeUPES), Centro Acadêmico de História (CAHIS), Centro Acadêmico de Relações Internacionais (GUIMA), Centro Acadêmico da FEA (CAVC), Centro Acadêmico da Engenharia de Produção (CAEP), Centro Acadêmico de Engenharia Elétrica (CEE), Centro Acadêmico de Engenharia Civil (CEC), Grêmio da Poli (Gpoli), Centro Acadêmico do Instituto de Química (CEQHR), Centro Acadêmico Lupe Cotrim, da ECA (CALC), Centro Acadêmico Ruy Barbosa (Educação Física), Centro Acadêmico da Mecânica (CAM), Centro Moraes Rego (CMR), Associação dos Engenheiros Químicos (AEQ), Levante Popular, Juventude às Ruas, Grupo de Trabalho pela Estatuinte da USP (GT Estatuinte), Coletivo Político Quem, Coletivo Merlino, Coletivo Manifesto pela Democratização da USP, Liga Estratégia Revolucionária, Frente de Esculacho Popular, Fórum da Esquerda.
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