Democracia na USP
Funcionária tem salário zerado
A funcionária Neli Wada teve seu salário referente ao mês de setembro cortado. Foram consideradas como faltas todas as liberações para atividades sindicais, segundo o Sintusp, previamente autorizadas pela Superintendência do Centrinho de Bauru. Para a funcionária, coordenadora do Conselho Diretor de Base (CDB), trata-se de perseguição política.
Em reunião realizada em 29/09, entre o chefe de gabinete na Reitoria, professor Alberto Carlos Amadio, o procurador subchefe da Consultoria Jurídica da USP (CJ), Dr. Alberto Aparecido de Souza, e representantes do Sintusp, Adusp e DCE, o representante da CJ afirmou que ligou para Bauru solicitando os descontos, dado o fato de Neli não ter assinado o ponto. Ele afirmou ainda que a liberação para o CDB é ilegal e que, com ele na CJ, essa liberação ilegal cessará. Em contraposição, Amadio afirmou que a USP sempre agiu assim, que ele mesmo liberava seus funcionários cedebistas e que os diretores continuarão liberando-os.
Em reunião posterior entre a funcionária e a reitora Suely Vilela, esta afirmou que “não sabia de nada” e que “só teve conhecimento desse lamentável fato através do Prof. Amadio e do e-mail da Neli”, segundo informa o Boletim nº103 do Sintusp.
Procurado pelo Informativo Adusp para esclarecer a posição da Reitoria quanto ao acontecido, o Prof. Amadio não respondeu. Ao invés disso, a assessoria de imprensa da Reitoria reenviou nota de esclarecimento publicada em 7/10, em que a Coordenadoria de Administração Geral da USP afirma: “Não há e nunca houve qualquer determinação para que a Unidade realizasse desconto de ponto de qualquer servidor, pois a obrigação do Administrador Público é de agir dentro do princípio da legalidade, ou seja, o pagamento de salário é devido mediante a respectiva contraprestação.”
“Para mim é uma perseguição. É evidente que eles querem me ver bem longe. Primeiro foi o Brandão, agora é minha vez. Como eu não tenho processo administrativo para usarem contra mim, ficam me castigando com esse corte de salário e com o cancelamento da minha transferência para São Paulo, que já estava acertada”, diz a funcionária.
Matéria publicada no Informativo nº 295
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