A Assembléia da Adusp realizada em 25/8 ponderou ser esse um momento privilegiado na Universidade para tornar efetivo o debate das questões pautadas durante nosso movimento de data-base de 2009: democratização da universidade, carreira docente, ensino à distância, condições de trabalho e permanência estudantil, democratização do acesso à Universidade, defesa do caráter público da USP, e tantos outros. Com relação à estrutura de poder na USP, foram debatidas as iniciativas desenvolvidas historicamente pela Adusp e que estão sendo reavivadas neste semestre pelo processo sucessório na Reitoria da USP que deverá ocorrer nos meses de outubro e novembro.

As entidades representativas de funcionários, estudantes e docentes, desde as deliberações aprovadas em 1987 pelo III Congresso da USP, repudiam o processo sucessório inserido no Estatuto da universidade em 1988. Assim, os presentes na Assembléia, considerando oportuno e necessário atuar politicamente com base em suas reivindicações históricas, deliberaram que a entidade promoverá uma votação entre os docentes, visando colocar em confronto as diferentes concepções de universidade no processo de indicação do novo Reitor. Decidiram ainda que a diretoria deveria contatar as entidades representativas de estudantes (DCE e APG) e de funcionários (Sintusp), buscando realizar esse processo de votação conjuntamente. Um primeiro encontro foi realizado na tarde de 3/9 e as três entidades contatadas irão encaminhar às suas instâncias deliberativas a discussão acerca da participação na consulta proposta pela Adusp. A proposta de criação de um comitê unificado pela democratização da USP, apresentada durante a reunião, também deverá ser avaliada pelas quatro entidades.

A próxima Assembléia da Adusp será realizada no dia 10/9, quinta-feira, com o objetivo de definir as regras dessa votação: formato e conteúdo da cédula de votação; se e como serão ponderados os votos de estudantes, funcionários e docentes; que conjunto de questões será encaminhado aos candidatos a Reitor para posterior publicação de edição especial do Informativo Adusp; indicação de uma Comissão Eleitoral, e outras.

A diretoria da Adusp e as das demais entidades participantes do Fórum das Seis têm consciência das enormes dificuldades que docentes, estudantes e funcionários terão de enfrentar para democratizar tanto a estrutura de poder quanto a vida acadêmica nas três universidades estaduais, de forma a implementar isonomicamente a gestão democrática, de acordo com o artigo 206 da Constituição Federal. Basta lembrar o autoritarismo manifestado pelo Cruesp durante as negociações de data-base. Na USP o processo sucessório da Reitoria é ainda mais antidemocrático do que na Unesp e na Unicamp. E nestes últimos meses, temos vivenciado esse autoritarismo, por exemplo, na forma de encaminhamento da discussão da carreira docente, e de vários processos movidos pela Reitoria contra funcionários e estudantes envolvidos nas campanhas de data-base.

O tempo é curto para organizarmos todo o processo e o trabalho, imenso. Acreditamos que uma votação organizada pelas quatro entidades da comunidade universitária da USP, envolvendo as candidaturas que se colocam na sucessão na Reitoria, com a presença massiva de estudantes, funcionários e docentes, é um instrumento importante na luta pela democratização da universidade!

 

Matéria publicada no Informativo nº 291

EXPRESSO ADUSP


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