Assembleia da Adusp de 16/3 defende condições de segurança para retorno presencial e insistência na luta pela data-base de 2022

A Assembleia Geral (AG) da Adusp de 16/3/2022 foi a primeira assembleia presencial, com acompanhamento remoto, de nossa história recente. A última AG presencial tinha acontecido no dia 5 de março de 2020. De modo geral, a parte técnica providenciada pela Adusp deu conta de contemplar tanto colegas presentes no auditório do Centro de Difusão Internacional (câmpus Butantã) quanto colegas participando por meio da sala Zoom. Trata-se, numa avaliação inicial, de uma boa maneira de garantirmos a participação daquelas/es que estão em outros câmpus e de pessoas que estejam afastadas.

Fotos: Daniel Garcia

A AG foi dedicada à memória de Lisete Arelaro, professora e ex-diretora da Faculdade de Educação e ativa participante do GT Educação da Adusp, falecida no último dia 12/3.

Após ouvir relatos da situação nas unidades, a AG manifestou preocupações com o retorno presencial, e deliberou pela reafirmação da Nota da Diretoria e da Atualização do Documento-base dos 3 setores para Construção dos Planos Sanitários e Educacionais, documentos aprovados na AG do dia 9 de março, e pelo encaminhamento de algumas propostas (a serem oficiadas à Reitoria), listadas a seguir:

  • garantia às pessoas (docentes, discentes e servidores/as) com vulnerabilidade (p. ex., comorbidades) de participação das atividades por meio remoto, garantindo uma fase de transição até o retorno presencial integral;
  • garantia de cumprimento de protocolo de suspensão de turma quando houver a confirmação de 3 casos ou mais, conforme nota técnica da Fiocruz;
  • exigência de um sistema informatizado de monitoramento de casos e aplicação do protocolo TRIS;
  • publicação de boletins epidemiológicos completos semanalmente;
  • avaliação do retorno presencial feita pela comunidade de cada unidade após cerca de duas semanas;
  • responsabilização da Reitoria pela gestão da pandemia. As decisões são centralizadas e vagas, por meio de comissões, mas a execução é descentralizada, promovendo disparidades entre as unidades.

Aprovou-se também a redação de um ofício à Comissão Assessora de Saúde da USP, solicitando uma reunião para a discussão de pontos centrais constantes dos protocolos divulgados no site retornoseguro.usp.br: controle de vacinação atrasado; medidas de ventilação e distanciamento e esclarecimento de fluxos e diretrizes relativos ao combate da Covid na universidade.

Sobre a campanha salarial, reforçou-se a necessidade de:

  • lutar pela data-base de 2022, que ainda não começou, já que a pauta de reivindicação do Fórum das Seis ainda não foi protocolada;
  • reafirmar a pauta unificada da campanha de 2021 reiterando os pontos que não foram contemplados na proposta do Cruesp: retroatividade a janeiro de 2022, além dos planos de recomposição salarial e de valorização dos níveis iniciais das carreiras;
  • não reconhecer o reajuste de 20,67% como “antecipação da data-base de 2022” e denunciar a perda de dois meses que essa manobra provoca.

Deliberou-se pela manutenção do indicativo de greve até a próxima AG, que poderá acontecer já na primeira semana de abril, quando devemos deliberar sobre a pauta da campanha de data-base 2022.

Jornada de lutas incluiu Calourada do DCE e ato diante da Reitoria

Além da realização da Assembleia Geral, o Dia do Funcionalismo Público, quarta-feira 16/3, envolveu uma intensa jornada de lutas, por meio de uma série de atividades de mobilização das categorias que formam a comunidade universitária (discente, docente e funcionários-as técnico-administrativos-as) e que contaram com a participação da Diretoria da Adusp.

As professoras Michele Schultz, presidenta da Adusp, e Gabrielle Weber Martins, diretora regional de Lorena, estiveram presentes na abertura da Calourada promovida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE-Livre) “Alexandre Vannucchi Leme” no entorno do Conjunto Residencial (Crusp), na Cidade Universitária do Butantã.

Oradoras e oradores expressaram a crescente diversidade étnica do corpo discente, decorrente das cotas conquistadas pelos movimentos sociais em 2017, bem como os graves problemas existentes na universidade, e destacaram a urgência da luta contra o neofascismo representado pelo governo Bolsonaro.

Também a Adusp e o Fórum das Seis marcaram presença diante da Reitoria da USP, às vésperas de nova rodada de negociação com os reitores das universidades públicas estaduais. “A campanha da data-base de 2020-21 não se encerrou. O Cruesp por decisão política fez uso da LC 173 [de 2020] no ano passado, para não nos conceder reajuste”, destacou na ocasião a presidenta da Adusp. “Em 2020 por iniciativa do Fórum das Seis a data-base foi suspensa, porque não sabíamos os efeitos da pandemia. Mas o que temíamos, a possível queda do Orçamento, não aconteceu. E as reitorias estão fazendo caixa às custas dos nossos salários, que até janeiro de 2022, tomando como base maio de 2012, têm uma defasagem de 40%. Entendemos que a proposta do Cruesp apresentada na reunião do dia 7 não contempla todos os elementos da nossa data-base”. 

EXPRESSO ADUSP


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