Marcha por Justiça Climática, que será realizada em várias cidades neste final de semana, pede investigação das queimadas criminosas e punição dos responsáveis
Agentes do Ibama combatem fogo na Terra Indígena Tenharim/Marmelos, no Amazonas (foto: Mayandi Inzaulgarat/Ibama)

Na semana passada, São Paulo foi classificada por cinco dias seguidos como a de pior qualidade do ar entre 120 cidades do mundo, de acordo com medição da empresa suíça IQAir. A poluição crônica da cidade foi agravada pela fumaça das queimadas realizadas não só no Estado de São Paulo, mas também em outras regiões do país.

A ação coordenada que tem provocado incêndios criminosos Brasil afora é alvo de operações da Polícia Federal (PF) e das polícias estaduais. Nesta sexta-feira (20/9), a PF cumpriu sete mandados de busca e apreensão para combater os crimes de incêndio, desmatamento e exploração ilegal de terras da União na região de Corumbá (MS).

No Estado de São Paulo, até esta terça-feira (17/9) a Polícia Civil já havia prendido 23 pessoas por provocar incêndios na vegetação. Treze permaneciam presas, e as demais responderão em liberdade após passar por audiência de custódia.

Fernanda Carvalho/ Fotos PúblicasFernanda Carvalho/ Fotos Públicas
Em setembro, São Paulo registrou a pior qualidade do ar entre 120 cidades do mundo

A investigação e a punição dos responsáveis e mandantes dos incêndios criminosos, com expropriação e proibição de atividades agropecuárias em terras desmatadas ou queimadas ilegais, integram a pauta da Marcha por Justiça Climática, que será realizada em várias cidades neste final de semana.

De acordo com o Fórum Popular da Natureza, um dos coletivos responsáveis pela organização da marcha, ao lado da Coalizão pelo Clima, no Estado de São Paulo cerca de 80% dos incêndios ocorreram em propriedades agropecuárias, como plantações de cana-de-açúcar e pastagens.

O Fórum afirma que é preciso “construir uma forte mobilização popular contra os responsáveis por essa grande crise: os grandes empresários e seus representantes, que lucram com a exploração da natureza e do trabalho”. “Não há sustentabilidade numa ordem social pautada pelas necessidades de mercado”, diz a organização.

A marcha tem ainda outras reivindicações, como aumento de investimentos e contratação de pessoal nos órgãos públicos federais, estaduais e municipais incumbidos das questões ambientais; demarcação das terras indígenas, titulação das terras quilombolas, reforma agrária popular e investimentos na agricultura familiar; reorganização do Plano Safra para investimentos na agricultura familiar e agricultura agroecológica; medidas emergenciais para proteção da saúde dos trabalhadores em dias de extrema poluição; criação de um Programa de Restauração de Biomas; articulação de políticas públicas e coordenação de investimentos para a indução de cadeias produtivas de baixo impacto ambiental; e exclusão dos limites fiscais impostos pelo Novo Arcabouço Fiscal (Lei Complementar 200/2023) dos investimentos em mitigação e em adaptação às emergências climáticas.

Em São Paulo, a Rede Ambiental Butantã, que reúne várias entidades da zona oeste, divulgou manifesto referente à marcha no qual defende itens como a preservação das árvores e das áreas verdes da cidade, a recuperação das águas com saneamento universal e a permeabilização do solo contra enchentes e secas.

A Marcha por Justiça Climática será realizada em várias cidades em que há campi da USP.

Em São Paulo, a concentração será no Masp, na Avenida Paulista, no domingo (22/9) às 14h. Em Piracicaba, será às 16h na Praça da Boyes. Em Ribeirão Preto, a marcha ocorre no sábado (21/9), às 9h, em frente ao Theatro Pedro II. Em Bauru, será nesta sexta-feira (20/9), às 17h, em frente à Câmara Municipal.

EXPRESSO ADUSP


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