Memória
Iniciada a construção da Reserva Técnica dos museus de Ribeirão Preto

A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Ribeirão Preto deu início à fundação do prédio que será destinado à Reserva Técnica do Museu Histórico “Plínio Travassos dos Santos” e do Museu do Café, ambos de sua responsabilidade, e sediados no câmpus da USP. A Reserva Técnica, edificação de 1.200 metros quadrados, servirá para abrigar o acervo dos museus, para que os respectivos prédios sejam restaurados. Sua construção está orçada em R$ 4,862 milhões.
“Para chegar até aqui foram oito anos em que os museus permaneceram fechados arbitrariamente, isolando a população de um patrimônio cultural que lhes pertence”, lembra a professora Sílvia Maria do Espírito Santo, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). “Pode-se imaginar as condições em que se encontram as coleções depositadas no chão, nos porões, em precaríssimas estandes, caixas de papelão ou vitrines desses museus, embora tombados pelo município e governo do estado de São Paulo”.

A deterioração do acervo foi constatada após diligência de funcionários públicos, pesquisadores da USP e membros do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural de Ribeirão Preto (Conppac), que visitaram as instalações e o Jardim Botânico em novembro de 2023. A situação de descaso e destruição foi veiculada pela mídia local e por reportagem do Informativo Adusp Online.
“Certamente, sem essas denúncias, encaminhadas até mesmo ao Ministério Público, não teríamos a iniciativa da Prefeitura de Ribeirão Preto de construção da Reserva Técnica”, diz a professora Sílvia Maria, lembrando que se trata de “abrigar, conservar e restaurar todas as coleções e peças dos museus”. Todavia, sugere, ainda é necessário “dar continuidade à vigilância, cobrar autoridades, verificar, acompanhar a construção, realizar levantamento das instalações técnicas e de materiais para que a empresa construtora não negligencie qualquer elemento da instalação da Reserva Técnica”.
A docente da FFCLRP, que foi diretora dos museus e é a atual representante das instituições do ensino superior no Conppac, chama atenção para uma questão ainda em aberto: a necessidade de contratação de um museólogo, “para dar sentido ao que se faz com rigor científico e formar técnicos e pesquisadores”.
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