Movimento Estudantil
DCE da Unesp repudia “rodeio das gordas”
O Diretório Central dos Estudantes da Unesp e Fatec emitiu nota em que manifesta “profunda indignação” com a abjeta prática intitulada “rodeio das gordas”, que ocorreu no campus de Assis. “O feito animalesco destes execráveis estudantes expressa dentro da Universidade os valores mais conservadores da sociedade: o racismo, a opressão às mulheres, a homofobia etc. A estigmatização do corpo das mulheres por um padrão de beleza é uma das facetas mais nefastas desta sociedade”, diz o DCE.
“A naturalização, por parte da sociedade, através da mídia, de seus intelectuais e das próprias instituições que dissimulam a violência e opressão, de um padrão estético e de uma imagem abusiva e de consumo das mulheres enquanto objetos de desfrute dos homens criam uma criminosa legitimidade para barbaridades como esta ou como a agressão a um casal de homossexuais numa festa organizada pela Atlética (mais uma vez as Atléticas!) da ECA-USP” (em 23/10).
Ainda segundo o DCE, casos como este “mostram que por trás do discurso da ‘excelência’ das universidades estaduais paulistas, está não somente um projeto excludente com o filtro do vestibular, mas essencialmente conservador em seu conteúdo ideológico, como podemos ver na ausência da discussão sobre racismo, machismo e homofobia nos currículos e a falta de incentivo às pesquisas e extensão que trabalham com esses temas”.
A nota critica a declaração da Reitoria da Unesp sobre o caso, a qual “deixa um posicionamento vago quanto à punição aos estudantes que cometeram a violência”, que contrasta com as iniciativas de punição de alunos envolvidos nos movimentos em defesa da universidade pública e democrática: “Ou seja, dois pesos, duas medidas”.
Um ato “contra a opressão e a violência às mulheres, mas também em defesa da permanência estudantil em nossas faculdades”, estava previsto para 17/11, quarta-feira, em frente à Reitoria da Unesp no Anhangabaú, em São Paulo.
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