Entre 25/11 e 27/11 aconteceram as eleições para o DCE-Livre da USP, a Associação de Pós-Graduandos (APG) e os representantes discentes nos conselhos centrais. A apuração aponta vitória da chapa “Nada Será Como Antes!” no DCE, mas a reunião do Conselho de Centros Acadêmicos (CCA) que ratificará o resultado e dará posse à chapa vencedora só ocorre em 13/12. A Assembléia de posse da APG e dos representantes discentes da pós-graduação acontece em 8/12; ainda não foi divulgado o nome da chapa vencedora.

Cinco chapas disputaram a eleição do DCE. Resultado oficial: 3.341 votos (49,24%) para “Nada Será Como Antes!”; 2.127 votos (31,34%) para “Baião de Todos”; 510 votos (7,84%) para “Que Picadeiro é Esse?”; 425 votos (6,26%) para “Território Livre”; 91 votos (1,34%) para “Reconstruir o DCE pela Base (AJR)”; 64 brancos (0,94%) e 205 nulos (3,02%).

No caso do DCE, houve impugnação do segundo maior colégio eleitoral, Ribeirão Preto — por conta da violação do lacre da urna Medicina 1, possível violação de outras urnas e sumiço de 400 cédulas da pós-graduação — e das urnas da Farmácia e da Fofito, no Butantã. O relatório da Comissão Eleitoral, formada por centros acadêmicos, será divulgado em 6/12.

A Comissão Eleitoral da Pós-Graduação, por sua vez, emitiu nota pública analisando essas ocorrências: “é a primeira vez que uma central eleitoral é violada”, aponta, classificando o incidente em Ribeirão Preto como “grave e lamentável”. Sua opção foi apurar as urnas daquele campus, com base no fato de não apresentarem “qualquer diferença entre o número de votos para a representação discente de pós-graduação e as assinaturas em lista”, e contabilizar os votos.

Reconstrução

Bruno Mandelli, estudante de Jornalismo que integra a atual gestão do DCE (“Vez e Voz”), afirma que a chapa “Baião de Todos”, da situação, propunha-se a dar ênfase ao enfrentamento do ensino à distância (Univesp) e pretendia usar a eleição para Reitor para abrir uma discussão sobre democracia na universidade. “A chapa deles [“Nada Será como Antes!”] enxerga como pauta principal a nova Lei de Inovação Tecnológica, que está sendo implementada pelo governo estadual”.

Na avaliação de Bruno, a gestão atual “encontrou o DCE e o movimento estudantil bastante debilitados, e trabalhou para a reconstrução da entidade e do movimento. Restabeleceu os fóruns, o contato com os estudantes, restabeleceu uma política de comunicação do DCE”. Entretanto, admite, “mesmo que ela tenha avançado na reconstrução do movimento, ainda ficou bem aquém do que era esperado”.

Kraly de Castella, da chapa “Nada Será Como Antes!” e estudante de Letras, destaca outras diferenças: “A ocupação da Reitoria foi uma vitória. A atual gestão não conseguiu garantir as conquistas que a gente teve, não conseguiu garantir a construção do V Congresso e não conseguiu realizar o X Congresso dos Estudantes. O que está tocando os estudantes agora é a Lei Complementar de Inovação e o Ensino à Distância”.

Ela enfatiza também a posição da “Nada Será Como Antes!” sobre a União Nacional dos Estudantes: “A UNE não é mais uma entidade estudantil”, diz Kraly. “Não serve para defender os estudantes. É uma fábrica de carteirinha e assina embaixo dos projetos do governo, ao invés de combatê-los”. A intenção da chapa vencedora é “construir um congresso nacional estudantil, com universitários e secundaristas, para discutir e construir uma nova entidade para o movimento estudantil”.

 

Matéria publicada no Informativo nº 273

EXPRESSO ADUSP


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